LÍNGUA FRANCA

Falemos de amor...!
Aquele tal sentimento
Que tanto se ouve falar e cantar...
Se pensa, se idealiza
Se sonha e se realiza!
Se escreve com 'A' maiúsculo 
E se rima com flor!
Tornemos a falar e falemos como nunca ou como se fosse a primeira vez...
Falemos o que nos esquecemos de falar para aquelas 'nossas' determinadas pessoas!
Tornemos a falar de novo e sempre
Já que parece que muitos não entenderam!

BENEVOLÊNCIA

 

 

 

sou como a semente

atirada à campina

pois, como ela

me regalo ou declino

 

às palavras me apego

como à uma idolatria

e sobeja-me

sua companhia

 

e se me sucede

um sinistro entrevero

dele me abdico

e riscos não corro

 

mas logo me refaço

-benevolente

e me calha apurar

a poesia somente

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Protesto

Já todos vimos
Meninas e Meninos
A defender a liberdade
De armas na mão.
Diz-me tu, Sylvan
Horror maior o delas
Ou de quem viu?
Não poderia dizer
Se mais miupe a lente
Da cara ou coroa
Que de costas de frente
Juram a insanidade do seu reflexo
Que de costas de frente
Sofrem a violação espontânea 
Da Liberdade.
DE QUEM? Aliás, pergunto-lhe, 
PARA QUÊ?
Para que sintam na boca o amargo
De a perder?
Para que a tenham de convencer
Novamente

Ofício

No fundo
Desenho nas cinzas
O que elas falam para mim
Balbucio-lhes um mumúrio
De resistência efémera
Insuflada pela imortalidade
Fugaz
Se frui
O fumo que me oculta
A evidência de me ser
Sozinho
Calado
Insatisfeito
                 Sempre
Com tudo aquilo que ainda não
                 Sou
Arquiteto de poemas
Engenheiro do descontentamento
Mestre da solidão

Meus surtos diários

Surto por dentro todos os dias.
Sinto vontade de correr sem parar,
Mas as pernas atrofiaram.
Vejo a minha frente um bosque,
Sua relva é macia e o sol brilha,
Mas por algum motivo, lá chove.
Todo dia o céu perde uma nuvem.
A cada dia as gotas caem sozinhas,
Sem condicionantes para tal.
Estou inerte, molhado e apático,
Ninguém pode me ajudar
Todos têm o seu caminho, e
Eu tenho o meu.
A diferença é que meu caminho

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