ERRARE HUMANUM EST

Você pode não ser uma mula, 

Mas, votou 04 vezes no Lula.

 

Acreditou, convicto, na mudança,

Olhou o futuro com muita esperança,

Pensou que o PT era um partido correto,

E que o Brasil, agora, ia dar certo.

 

Apostou na queda do desemprego,

No aumento de salário e num pouco de sossego,

Com juros baixos e inflação perto de zero,

Comida farta, aluguel barato e outros "leros".

 

Só que a realidade é bem outra,

E você ficou com cara de trouxa,

Os "mensaleiros" e "sanguessugas" abundaram,

FÉ CEGA, CARTEIRA RECHEADA

Irmãos, estamos aqui nesta noite,

Reunidos no sublime amor de Cristo,

Livres da espada de fogo e do açoite,

Do demo, do "cão", daquele bicho esquisito.

 

Como vocês devem estar sabendo,

A igreja passa por uma decaída,

Temos contas a pagar, estamos devendo,

E o caixa da igreja tá na pindaíba.

 

Estamos contando com sua contribuição,

Para saldarmos, agora, alguns compromissos,

É água, é luz, telefone e sabão,

Minha roupa engomada, meus dentes postiços.

 

A GRAVATA

Gente, eu não estou com bravata,

Mas, eu odeio usar gravata!

 

Aquela feia língua de pano,

Amarrada no meu pescoço,

Às vezes parada, outras, abanando,

E me deixando, assim, tão insosso.

 

Para uns reflete elegância,

Para outros, pura cafonice,

Nem sob a mais vil arrogância,

Usarei aquela esquisitice.

 

Talvez pareça ser radical,

Ou mesmo falta de finesse,

Mas, o pobre do meu visual,

Rejeita gravata e agradece.

 

Para quem gosta, bom proveito,

Não sei o que eu não sei

 

Não sei o que eu não sei

 

Sinto, penso, logo acho que existo.

Vazio, ideia, sentimento.

Fuga, fantasia, mito, acho que está vivo.

 

Autismo, realismo, ilusões, ambivalências.

Conflito, penso. Sinto que não gosto,

Mas sinto que estou vivo.

Não sei o que é.

Só sei que ainda não sei que sei.

 

Vida, setas, vida, direções,

Vida certa, vida incerta.

Apenas vida que não sabe que sabe.

Dúvida?

Eu morrerei tarde ou cedo...
Serei lembranças ao fim ou medo?
Sozinha sem perda e sem ganho serei apenas estranho...
Com palavras sem era, sem beira e sem rima...
Serei um esquecimento em sua vida?

F.G..

Não nasci... ***

Não nasci para falar as pessoas...
Nasci para o silêncio e as horas vagas das palavras!

Meus pés são frios e as mãos roxas.
Já não são meus... São somente das idas e vindas!

Nasci para conhecer a dor e o amor...
O medo do silêncio e a coragem da solidão!

Não tem nome que defina...
Nem voz que permeie a vontade presa na garganta ?

Não tem toque, nem sussurro, nem melodia na neblina.
Tem espaço na vastidão, e vontade na imensidão!

BAILARINA

Sobre ela vai repoisar a gentil lampejo,
Quando seus pés delgados desenhar a dança.
Sua cadência elástica encanta a criança,
Que na caixinha a expia com igual desejo.

Um sonido afável seus impulsos conduz,
Sua face purpúrea expressões vai moldando...
Rastejando no chão ou no ar quase voando,
Como vertem fulgor seus dous olhos azuis.

Seus passos onde a harmonia lança rebentos,
Deslumbram mesmo o espelho que lhe assiste mudo,
E deslizam tranqüilos no dorso dos ventos!

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