DEUS

                                         DEUS

O DEUS que surpreende, que me ensina sempre.

   Que eu preciso confiar, mesmo sem compreender.

E faz o sol brilhar para mim, inédito outra vez!

 

Autora: Madalena Cordeiro

Devaneio

Teus olhos são a luz
para o meu coração,
é ela que me conduz
quando estou na escuridão

Quando me olham brilham,
mas não sei explicar,
se é minha ilusão
ou se me estás a amar

Se é meu devaneio
quando os vejo brilhar,
espero com anseio
nunca mais acordar

Meu coração chama por ti,
está à espera do teu amor,
só eu sei como sofri,
por não ouvires o seu clamor

Quem me dera

Quem me dera poder o sol agarrar
Contigo dar um salto e à lua chegar

Quem me dera saber na hora de deitar
Se na manhã seguinte irei acordar

Quem me dera viver uma vida diferente
Para me conhecer e me olhar de frente

Quem me dera ser alguém que chegou
Alguém que com o tempo não se apagou

Quem me dera saber o que não sei
Quem me dera querer o que não dei

Quem me dera não ser alguém que não sou
Para poder conhecer os lugares onde vou

ETERNA AMADA

Seja ela um prisco segredo
Para ninguém desvendar.
Que um batel a leve longe,
Junto à beleza do mar.

Sejam seus lábios bonança
Em um mundo de tufão,
Assim, seu ósculo ardente
Seria uma solução.

Que faz palpitar seu seio
Quem dera eu fosse um cantor;
Eu a amo na vanglória,
Seja na fúria ou na dor.

Sou feliz quando seu riso
Tem o brilho desse sol;
E, em seus olhos os condores
Beijam o casto arrebol.

CANTOR

De teu peito fremente qual vulcão feroz,
Emergem mansamente tuas cruas mágoas...
À tarde, do arroio quando se escuta as águas,
Vem a lembrança de tua branda voz.

Amas brincar c`os sons, amas a melodia,
Povoar os refúgios dos gentis ouvidos.
Teu cantar se compara aos matinais gemidos
Que o pássaro sobre o arvoredo preludia.

Em teus lábios lhanos de alegria os sinais
Nos saraus espalham-se como uma cascata;
Aos suspiros de Orfeu soturno são iguais.

O vento e o tempo

O oceano agita-se sob faíscas luminosas
Ao longe avistam-se ondas tempestuosas
 
Caminho pelo vento e como a areia
Respiro o tempo e visto a tua teia
 
Com o tempo tudo acaba
Porque tempo tudo tem
Só a poesia cá fica
E o tempo também

O vento sopra tempestuoso numa planície do deserto
Arrasta a areia furioso e deixa o ar coberto

Como é feito e de onde vem ninguém me pode dizer
Será o sopro de Deus isso, ninguém vai saber

Pages