Os pássaros de outono
Autor: Adriano Alcantra on Wednesday, 17 April 2013Estéril foi o travesseiro à cabeça decidida a não morrer nunca,
Mesmo assim houve o pássaro em fios tecidos na época sã.
Seria vil e vulnerável amar o pouco,
O escasso.
Estéril foi o travesseiro à cabeça decidida a não morrer nunca,
Mesmo assim houve o pássaro em fios tecidos na época sã.
Seria vil e vulnerável amar o pouco,
O escasso.
Gosto de ti assim
	Calada, ausente
	Me ouvindo de longe
	Em silêncio…
	Teus olhos cerrados
	Vêem-me
	E tua boca ansiosa
	Se fecha num beijo.
Emerges do silêncio
	Com alma
	Libelinha de sonho
	Meu amor…
	Gosto de ti assim
	Calada, ausente
	Melancólica
	Distante
Lá longe…
	Como gosto de ti assim...
Permite a maturidade
desvencilhar-me dos traiçoeiros apelos deste mundo louco
e tornar-me iconoclasta pacifica desmascarando,
desfazendo idolos e crenças forjadas pelos estigmas infamantes
onde tradições, religiões e padrões marcaram meu mundo interno
 com  pesadelos aviltantes.
Por muito tempo, criança inocente , andei como penitente,
punindo-me ferozmente, julgando-me culpada,
 marcada pelo pecado original,
imoral.Pasmem, acabou a paz,
Aqui, ali, e em toda parte,
E isso, para muitos, tanto faz,
O importante é o poder, destarte.
A violência impera, solerte,
Nos quatro cantos deste mundo,
E o amor, aquele amor mais profundo,
Parece apenas observar, inerte.
É claro que o bem é muito forte,
E luta com suas armas pacíficas,
Tentando, em manobras idílicas,
Levar o mal à própria morte.
E a paz, pasmem!
Se coloca fugidia,
Se esconde,
Um dia após o outro dia,
Fase frágil,
Contráctil,
Inábil,
Do meu charme.
Tempo estático,
Apático,
Cáustico,
Do meu cerne.
Ego tétrico,
Decrépito,
Patético,
Em baixo astral.
Papo frígido,
Insípido,
Rígido,
Tão banal.
Oh! my God,
Que melancolia sazonal.
Rude,
Olhos frios,
Mas, mesmo assim,
Ingênuo.
Tímido,
Tez morena,
Rôtas vestes,
Sereno.
Firme,
Passos largos,
Imponente,
Liberto.
Sofrido,
Maltratado,
É um índio,
Por certo.
As asas...
A sombra das asas,
Abertas,
Da Fênix.
As garras...
A frieza das garras,
Assassinas,
Da Fênix.
Os olhos...
O vermelho dos olhos,
Faiscantes,
Da Fênix.
O medo,
O panico e o medo,
Aterrorizante,
Da Fênix.
Meu corpo...
Meu corpo é um banquete,
Indefeso,
Para a Fênix.
Minha vida...
Minha vida é uma fuga,
Incessante,
Da Fênix.
A maré do amor morreu,
Mareada, na murada,
Da morada melancólica,
De Maria, abandonada.
'Margamente maltratada,
A Maria amargurada,
Marulhou em mar de lágrimas,
Maremoto abrutalhada.
Tempestade impetuosa,
Massacrou pobre Maria,
Que no mar morto do amor,
Se esqueceu da maresia.
Um homem que me amou