SILÊNCIO LIVRE PELAS RUAS
Autor: hugoacoliveira on Thursday, 4 April 2013
Um dia todo o silêncio
guardado a sete chaves
irá ressoar pelas ruas
Um dia todo o silêncio
guardado a sete chaves
irá ressoar pelas ruas
uma lágrima caiu em desespero
ao descobrir que não sabia
chorar
Eu vi uma flor chamada Maria
Primeira imagem da manhã que surgia
Sem me conter sorri de alegria
Eu quis viver, porque a queria...
Eu vi uma Maria que era uma flor
E me embeveci com seu esplendor
E me aqueci com seu calor
Não hesitei, chamei-a de amor
A Maria Flor era peculiar
Tinha uma calmaria no jeito de falar
Fita no cabelo, elegância ao andar
E um enigma antigo guardado no olhar
Antes...
Que a gota da chuva caia
Que o vento não cante
Que o beijo despeça
Que o abraço adormeça
Que meu amor de mim se esqueça...
Antes...
Que a vida por mim passe
Que seu braço me repasse
Que a dor da ausência cale
Que seu amor não seja meu vale
Antes...
Que seu sorrir me deixe
Que seu querer se queixe
Que sua voz não chame
Que sua vontade não se inflame
Vermelho ao centro
A ponta dos dedos nas coisas em que se fazia o azul…
E o tempo do azul era primavera de escadas para o céu
Sem detrimento de outra cor ou agua para misturar no ar!
Uma centrifugação inversa de diálogo imaginário na casa vazia, era um pouco de negro de Outono a querer entrar na mistura.
Um peixe na mesa e ao lado um astrolábio coberto de pólen da manta da deusa da luz; era um pouco de inspiração que me vinha da floresta!
Um documento antigo em forma de pergaminho com chave mestra de sentimento nobre e muito profundo.
No meio do planalto tem um Feliciano
tem um Feliciano no meio do planalto
tem um Feliciano
no meio do planalto tem um Feliciano
Sempre me lembrarei desse acontecimento
na cegueira de meus olhos tão contestados
Sempre me lembrarei que no meio do planalto
tem um Feliciano
tem um Feliciano no meio do planalto
e longe do planalto há outras pedras
vê mais um daqueles comprimidos que deixam doente
e me empresta o isqueiro
eu não comprei toda essa gasolina à toa
(alguém tem que incendiar o palco)
minha avó está semi-morta em algum país distante
saí para visitá-la
acabei aqui
sei que quando tudo acabar
nos encontraremos no hospital
mas, não há cura para o meu problema
a velha sempre dizia:
"alguém tem que incendiar o palco"
a vida me picou
nem doeu muito
só soube depois que senti
os primeiros sintomas:
um coração frio
acometido de febre
só pode derreter
Não tome A.S.
só beba água
repouse
durma...
durma até que tudo esteja melhor
nunca mais abra os olhos
que os mosquitos estão à espreita
nascidos
das tuas lágrimas paradas