Temporal

A chuva na tarde cinza
uma dúvida liquefeita
sonhos diluídos

“o que eu tenho feito da porra da minha vida?”

contemplo a água caindo do céu
enquanto me aproximo do inferno,
o inferno das palavras que não são ditas

enchentes, alagamentos...
é a Veneza do cerrado
e eu não sei nadar

não consigo mergulhar no oceano dos fluidos do seu corpo

pseudodeus
sem o néctar da sua saliva
humanifico-me

EMBRIAGAS-ME

Embriagas-me
Embriagas-me de ti
Para que me esqueça
E endoideça
Queres que me perca
E sim…
Perco-me de mim
E mato-te a fome
Essa fome voraz
Que nunca se satisfaz
Rasgas-me
Virgens caminhos
Falseias-me a incerteza
Sabes que não posso voltar atrás
Não posso…
Não quero…
Quero-me embriagada
Perdida
Cativada
Libertada…
Que me alicies
Mente-me neste instante insóbrio
Eterno momento fugaz
Em que te mato
Mata-me
Esta fome voraz…

Enterrado vivo

 

Enterrado vivo

 

Apavorante fantasia ser enterrado vivo,

Mas apenas para realidade, transformada,

Não para verdade insuportável.

 

Descortinando a fantasia,

Sem misturas,

Ser enterrado vivo é uma prova de amor.

Nada mais é do que a verdade de viver novamente no ventre materno.


 

Dia das Rosas

Dia das Rosas

(dedicado a todas as mulheres)

Quando Deus criou o universo
criou a terra para semear
para a cultivar fez o homem
e criou o céu para descansar

criou os sonhos
e fez a noite para sonhar
criou o dia e o sol
e fez a luz para alumiar

criou a vida
e gerou a eternidade
criou o tempo
e desenhou a humanidade

criou a beleza
e fez a mulher existir
inspirado na sua perfeição fez a natureza
e as rosas para as definir

by valdo

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