Embebido

Bebeu um porto.

Meu amor bebeu,

Bebeu com gula o dia e o breu

Em talhas de bronze o vinho morto. 

Quantas velas levadas pelo mar!

Porém, do lado de lá só imensidão...

Inundando meus passos perdidos por entre as águas agitadas da solidão,

E o pesadelo nada de acabar. 

Bebo mais um gole diante desse olhar eclipsado.

Duas taças não são suficientes,

Talvez compulsivo, eu ainda esteja alucinado. 

De repente... Um cometa solitário risca o céu.

Seu clarão previamente iluminam meus olhos de chuva...

NO MEIO DO NADA

 

No meio do nada
Estamos tu e eu...
Mentes insanas
Que buscam o dever...
Do ser,
Sem aparecer
E convencer...
Procuramos apenas
Viver e nos contagiar.
De nós em nós,
Sem mais amar...
Mais além...
E apenas também,
No gesto de agradar.
O nosso par...
O nosso eu...
Que em tudo,
É meu
E teu.

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