poemas da razão
Autor: António Tê Santos on Sunday, 19 June 2022o castelo altaneiro onde incinero as divergências que assolaram a minha mocidade; onde abrigo uma rebeldia que peleja contra os seus ultrajes; onde elimino os cardos que simbolizam os seus abundantes desconsolos.
Escultura
Autor: Reirazinho on Sunday, 19 June 2022Os olhos cheios de lágrimas
	Calcificando o sentimento puro,
	Da criança ao velho estúpido, e
	Escultando rigidez por toda vida.
	A obra ríspida para o público:
	Apenas um homem comum.
	A venda para inocentes,
	Paga com ressentimentos.
	Exposição aberta, peito fechado.
	Segue-se o museu humano,
	Uma espécie extinta por ódio,
	Ignorada pela arte e altiva
	Pela pequenez.
FADA MÁGICA
Autor: FERNANDO ANTÔNI... on Saturday, 18 June 2022
alada fada mágica
tua varinha de condão
Blom! Blom! Blom!
tocou-me “ene” vezes
fada-mágica
tua mágica/instante
-maga
tua saga
tua surda/muda/cega
devoção
alada fada mágica
tua varinha de condão
Blom! Blom! Blom!
tocou-me “ene” vezes
fada-mágica
pois és sagrada e santa
-maga
e de teu encanto
ressoa o mantra
de um conto de fadas
poemas da razão
Autor: António Tê Santos on Thursday, 16 June 2022a minha alma procurou um recreio onde se nutrisse de horizontes engraçados: onde galanteasse as belas mulheres e se protegesse das muitas desilusões; onde destruísse os fardos que a cobriram neste mundo gangrenado e tristonho.
Nosso mar
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 15 June 2022Lugar medonho
Autor: Mário Luís on Wednesday, 15 June 2022Por momentos deixo de respirar
É no teu silêncio que me perco
Sei que não estou bem sozinho
E é no teu sorriso que desperto
Pois tanto que mudou
É sobre a tua falta que me imagino
Sei que nada foi em vão
Desde o passeio pelo mar
Até ao beijo que nos juntou
Ainda sinto o teu toque na minha mão
O suspiro pelos cantos do meu pescoço
Saibas o quanto me pesa o coração
Das vezes que o tive que puxar do fundo do poço
Nós é uma palavra que guardo com carinho
Onde o mundo parece ser um lugar medonho
Canção de extermínio
Autor: Reirazinho on Wednesday, 15 June 2022Meu cântico ao meu ódio
	Donde canta minha morte
	Brindo seu sangue ao pódio
	Na sede de minha sorte
	Os inimigos decaem
	E o carrasco vai subindo
	Secando minha lavagem
	Das águas dos fracos ínfimos
TATO TREINADO
Autor: FERNANDO ANTÔNI... on Tuesday, 14 June 2022
a palavra é um risco
um rabisco do hibisco
arisco e óbvio
lancinante desvio
da rota dos sentidos
para o mistério
que advém do todo concluído
(como proposta)
para a concessão do sim / não
-sinal dos tempos
em um jorro de contestações
inegavelmente irrevogaveis
mesmo que o aceno do oceano
seja tempestuosa desolação
salmoura saturada e blasfêmia
azia e nó na garganta do labirinto
que ficou denegrido nas temporas
do tato treinado
corado no sal
do ardor dos desejos
 
      



