O último conto

Lágrima gelada faz derreter
o anjo da última lápide.
Gesso enfraquecido na força
da batida do último corvo,
na vertigem de sua asa,
a última morte;
nas rosas do último defunto,
o fim da primeira saudade.
Velório do assombro sujeito,
da sexta casa à direita,
donde residia a garota do
véu, aquela que faleceu
jurando vingança.
O pássaro morto no tapete
foi a prova do crime,
ninguém entendeu como,
mas assim foi o funesto fim.
Ela tinha o sonho do matrimônio,

Uma parte de mim

Uma parte de mim e festiva!
Outra ainda se enluta em querer a vida ,
Festiva parte humana feita de pó
Eu que sou quase feliz,
E de tantas lágrimas em secreto , não compreendo
O mundo lobo, aurelius de um bom tempo que me vem a carecer
Porque também foi me dado agonia...
Transito em profundo sentimento
Devido a loucura dos dias
A embriaguez das noites : doses cavalares de solitudinem
Fatores rudimentares da sobrevivência imbecil
E uma Transitoriedade fundamental
Não é ausência de prazer nem de viver ,

A Lindeza do Feio

Salvai-os da fuga do belo,
fisionômicos abutres
vivos, perpetuam o zelo
dos noctívagos alvitres;
da estética mundana.

Gárgula esdrúxula em caça
de carne podre, morgado
pela antípoda do bem; crassa.  
Revirado o pecado expurgado.

Feiura belíssima dos mancos,
que perambulam o sublime
na estrada longa dos francos.
Ao deleite da agonia, exprime.

Baila-vos na grotesca dança,
no inferno da terra carnal,
ímpio esqueleto balança...
Na festa da beleza banal.

 

AMAZÔNIA PEDE SOCORRO

AMAZÔNIA PEDE SOCORRO

Madalena Cordeiro

Sou Natureza mas, não humana. Sou Amazônia, "País dos animais".

Porque você vem aqui, se não for para admirar a minha beleza? Por quê?

Você vem com uma serra do mal e derruba as minhas árvores?

Os meus animais ficam assustados, desalojados... Por quê?

 Eu sou Amazônia, mãe de família, os meus pulmões, coração e os demais orgãos trabalham pelo Brasil.

Você sabia? Que eu tenho o orifício também? Sim! Aquele que é necessário e que só faz merda.

Desculpe-me a expressão!

Mas, é verdade.

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