Amor de verão

 

No teu olhar podemos ver

Um infinito amor a crescer,

Onde a luz do sol faz brilhar

O azul do mar do teu olhar.

 

Juntos na praia nos deleitamos

Em carícias e beijos contidos,

Ao som das ondas navegamos

Num amor platónico envolvidos,

E renitentes nos evitamos

Para não causar maiores perigos.

 

Mas o amor é puro veneno

Que nos entorpece a razão

E quando o sentimos em pleno

Damos conta que já passou o verão.

 

Resta-me somente a sensação

Eu te amo

Eu te amo
enfrento fronteiras para te encontrar
perímetros urbanos não hei de calcular
espaço e tempo na memória
a matemática nestas estradas pode faltar

Eu te amo
as piores distancias
nenhum peregrino ousou caminhar
ousadia minha , meu amor por ti
ao mundo revelar

Eu te amo
mas quero sentir
toda a caricia do vento, tua ausência suavizar
no expresso mais pequeno desta nação
distancias animalescas a te reencontrar

Ressurreição

Eu não irei voltar! Não volto ao refúgio carnal que de seu asilo trancafiou-me. Quase um século de volúpia contra meu prazer, cativando a soberba do ego; décadas de ignomínia sob o solo dos ratos beirando minha masmorra. Bastardos do rei, poderoso rei, vilipendiou-me nas frestas da esperança, quando vosso austero coração derretia conforme o batimento de teu filho queimava na peremptória piedade não atendida. Afogado pelo sangue opressivo que cachoava, infelizmente, meu funesto corpo; o mar vermelho de minhas entranhas banha o sol como a vertigem de marte.

Peixe

Eu conheço bem a amargura
condutora lacrimal
é a salinidade da vida!
Um par de botas desgastadas
Obriga a rota repensar
Rio particular , meu aquário ,
Não ensina
Os atalhos da luz.
Conhecer a dor
Dentro e fora deste casulo
Um pinguinho de bem
Distante da amargura lacrimais .
Conheço o sal destes dias!
Recordo a criança
E seu mundo sem abalos.
Era assim, antes das botas desgastadas
De percorrer léguas ciganas
Havia felicidade
Na vida de aprendiz.

Minha fada

Encabula minha fada
Minha alma tão deprimente
de pensar nas tristes horas tão ausente
Em amar a minha amada eternamente

Emudece minha fala
minha calma , meu calor tão carente
Em ver a chuva da minha janela ,
e saber que alegremente ,
Só as flores e as sementes

Desperta minha fada !
minha ternura insensata
de sentir meus dentes rangerem
no intenso frio da madruga

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