Quando estás aqui

Quando estou contigo,
 o tempo passa e é ínfimo.
 Quando o sol brilha pro norte,
 pois, seu coração pulsa forte.
 Quando a lua fica pela metade,
 pois, roubaste sua alteridade.
 Porque do doce vinho exorto,
 és a uva mais doce do porto. 
 Olhos castanhos como raízes:
 é tua beleza morta em mártires.
 Teu fruto advém a natureza,
 enriquece a vida com tua pureza.

Você

As borboletas em êxtase se enlouquecem
com vossa chegada, as pétalas magnólias
desabrocham com mais vontade
quando vossos pés deixam rastros sobre
a terra molhada, a mesma terra suportada
tempos melancólicos e vindouros.

Adágio a ti

Sonata pelo piano órgão
faz da melodia o arcanjo
ouvinte profano, ele
se deleita no cadavérico
som lúgubre louvando-o.
És o anjo de minha liturgia,
o terço da minha misericórdia,
o açoite dos escravos, dá
quimera com a liberdade.
Ao tempo preso a ti, mais
livre e perdido por ti.
Meu concerto dedicado em
dó menor, melancoliza nossa
existência; nós somos um,
como somos por inteiro.

ULTIMATUM d`AMOUR

 

 

ULTIMATUM  d`AMOUR

 

 

antes que ame-a invisível

como um herói previsível

não me queixarei da presença

de um provisório tormento

 

ou de um perene lamento

em meu taciturno presente

como um dilema, um poema

um fonema que não consolide a rima

nas melodias, correnteza acima

navegando contra a corrente

e usando ínfima cadência

 

tolerando a negligência

que não ultrapasse a urgência

dessa solicitude

que é meu amor compartilhado

Amizade

Eu prefiro a simplicidade fantástica
Das pessoas por hora mortais
Eu desejo do próximo aprender um
Pouco mais desta melhor essência de qualidade
Porque também desejo a liberdade de
Um sorriso de fraternidade imortal
Que reuni pessoas tão queridas
mesmo tão distantes de mim
Prefiro é encontro em algumas espécies humanas
Uma riqueza de humildade anormal
A amizade se faz tão bela!
Porque há pessoas que as incita
Há algumas destas .

Amor intenso

Amor que deseja residir
Se em ambos corações permitirem
Não nega o feliz fato, a emoção
Em um pequeno, recatado coração,
Nega o amor à quase todos, quer dissuadir
Mas com a escolhida amada uma só carne quer viver

Sabe que a mera paixão é uma criação pobre
Já amor é tão nobre como fogo intenso ,
Tudo perfeito se houver consenso
Paixão intensa a criação adulta pode cegar
Amor ,é premio que não se percebe
Paixão é fogo , que faz a chama do desejo
Em corpos sem noção aumentar.

Sentido

Poeta sozinho no escuro,
com crânios de estimação
ao lado, às folhas do mundo
na perícia de um escrivão.
À procura de um fascínio.
Aquele que dá vasão a tudo,
acusado por morticínio,
limpa a alma do sujo
agir dos homens, mas
na contramão do fugir,
concomitante, ele apraz;
a ínfima fagulha do existir.
Confunde amor e ódio,
regurgita o instinto de viver
enquanto afirma o ópio:

Interiorização do silêncio

Interiorizei nas palavras o dom mágico e sublime
Da silêncio tão arrebatadoramente crente e longânime
Deixei resvalar uma maré de preces quânticas e unânimes
 
Interiorizei tantas horas perdidas na alameda da fé mais ampliada
Prognostiquei nestes versos uma rima tão enfeitiçada…quase sedada

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