Pássaro mudo

Não sabia cantar o canto metálico do uirapuru Sabia ouvir pousado em um galho finissimamente onírico De longe o se põe a escutar Não sabia cantar o canto sintético do uirapuru Sabias voar rasante e tocar a barriga no espelho d’água Provocava uma ressonância quieta silenciosa Não sabia cantar o sinfônico canto do uirapuru Mas sabia ouvir e reverberar outros sons Sabias ficar quieto perto e distante ou mesmo tempo em outras palavras discreto, escreve roteiros com um olhar suave ele está longe e perto descansa em fulgores eternos.

SOM CORRIDO A CAVALO

A língua do bardo amolou a lâmina Que cortou o vento
Cipós e sons ao vento
Raízes no solo ao vento
A língua do bardo é uma raiz profunda
Acionou palavras de comando para um corcel selvagem, 
No dorso pintas brancas de luz ,
Corre ligeiro cavalo indômito 
Leva a música e lira do bardo medonho
Bardo gordo que matou a fome do povo
Festa de coisas gordas, a pedra o bardo a lâmina
 Tudo foi musical 
mesmo a lira parada sem movimento 

A DANÇA

Obrigado por me conceder mais uma Dança por cima do Caos medo e desesperança No crepúsculo que encidi sobre as longarinas velhas , peita o vento em suaves espumas na Ponte metálica , corais corroídos me revelam medo da morte. Obrigado pequena menina por mas uma dança por não se deixar morrer Gritos coletivos orações em uníssono Agradeço pelas orações canções e monções poéticas Seus cabelos já estão sobre meus dedos Seu olhar já é vivido e forte, obrigado por essa dança querida por não me deixares só Saio da tormenta com vontade de tirar coisas boas de mim só para poder dançar com você.

BALANÇO DO MAR

Balanço Do Mar

Um poeta me ensinou a cantar com rimas benditas ,um balanço para lá e para cá Parecia um balanço de rede embaixo de um belo luar Um poeta me ensinou a remar Com a força do calcanhar empurrou barco a dentro para o mar de letras escalonar De belezas inaturas sobre o amor e suas desventuras o poeta me ensinou a remar.

NA PISTAS

Na pista
 
Uma jovem linista buscando Deus no sabor de chicletes alucinógenos,suas tatuagens são bonitas .
Pega seu ônibus na esquina de cidades primas, o Recife me anima,gosto de lá tenho amigos por lá
Imaculada paixão canta os pássaros de Jaboatão.
Doce busca Finita,pardais ancorados em muros cinzas perto da pista.

O DICIPULO RAIVOSO

O discípulo raivoso
 
A fonte de inspiração que me seduz, mas quem carrega a carcaça  de baixo da luz sou eu.
Andando em Londres no frio e chaminé com um capuz mas quem sente o frio sou eu.
Toda a bagagem do conhecimento mas minhas pernas travadas no cimento.
Estou sorrindo por dentro mas minha pele secando ao vento.
Já não quero esperar rasgo todos os livros, você comemora em uma página em branco.
Leio a lição mas cansado quem dorme sou eu.

QUADRO

Vem girando em uma aguarela aínda líquida de vapor fino, Arte estonteante entre meus dois olhos Eu lírico dos tambores sem percussão versos sem sons cão que ladra na esquina abana o rabo e depois te morde com fome de verbos e Letras que me prende em presas caninas, assim se pintou o quadro geral..

EXPIAÇÃO

expiação No chão um tilintar de metais romanos Do chão cravos sórdidos Pena capital em cruz de natureza morta A ordem é levanta-lo entre olhares simoníacos Batida seca de suspiros pasmos, cravos nas mã os Suor de sangue que justamente invertido coagula os elementos em convulsão. É uma dor incompreensível em larguras e extensão Salvou meu amor mesmo distante Apenas um olhar sem pupila da serpente de metal Curou e salvou meu amor Neste ato atemporal são oito letras que fez meu amor mover-se a você imortal.

NEOQUIMICA VERSUS EXMACHINA

Quando a pergunta não tem resposta o silêncio toma conta Neste belo instante Começa uma briga para ocupar o espaço. Dois deuses como samurais de pronto levantam se, quem vencerá enfim Exmachina se alimenta de ondas de Eletros na ponta do meu controle remoto é um negócio mágico o outro Neoquimica é só pedir cápsula via oral tem em cada esquina.

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