Voices of drawn

Original composition in Portuguese-Brazil language “Vozes do amanhecer”, version English. Format edited in the Spanish, Portuguese-Brazil and English language, on the author's page Facebook. Requests in original language, for translation for other languages, IN BOX. All rights reserved.

velho moinho

Velho  moinho

 

Obra rústica de charme aconchegante

Engenho de sonhos,

Movidos a ventos

Entre as mós, eles vão girando

Transformando em suco

Os meus sentimentos

Velho moinho de versos

Hirto na aurora dos tempos

Sem alma, sem voz

Sem nada por dentro

O velho moinho

Que já foi feliz, está agora abandonado…

Fica a memória da dureza do grão

por tantos de nós superado

Junto aos grãos os condimentos

Raiva, amor, desencanto…

Perdidos no cenário campestre

Sonho azul

Sonho azul

 

Fecho os olhos e em alta voz

Penetro em sonho azul

Invoco Deus em minha oração

Adormeço débil e sonho que sou forte

Num universo em constelação

Não me despertem, quero viver

Viver sorrindo mesmo que seja em sonho

Morrer de amor e continuar sonhando

Como fazem os poetas

Quero ter pesadelos de otimismo

Deixar passar as horas de melancolia

Neste quarto mobilado de imobilidade

Vejo sombras que de longe me sorriem

São sombras de luz

Sombras

Sombras

 

Meus olhos se encheram de emoção

Diante das águas tranquilas do rio

Um sorriso iluminado acompanhou o meu olhar

Por entre os orvalhos da saudade

Tu estavas lá, olhando o rio

Com teu ar sereno e misterioso

Rodopiavas em pensamentos ao som do barulho do vento

É quase outono, o sol já se esconde envergonhado

Por entre as folhagens das árvores que teimam em cair

Como um pescador de sonhos

Alimentas a alma nos reflexos das águas do rio

Meu coração é uma folha solta no ar

Setembro

Setembro

 

Há um prenúncio de chuva

No perfume que a nuvem comprime

As folhas subtis das árvores

afagam suavemente o solo

pintando de cor a calçada

O vento do Norte

Mima com beijos suaves

As folhas que perderam a cor garrida

Num delírio enfraquecido do verão.

Ergue-se setembro

As estradas dos meus sonhos

Reabrem-se dentro de mim

O vento traz o fresco às madrugadas

A brisa baila por entre os campos

E eu sentada no banco do jardim

Poesia de Inverno

Poesia de inverno

 

Chegou o Inverno

As últimas folhas dos ramos

Lutam contra o vento

Surge a alvorada, com folhas a voar

A chuva chega, amedrontada

O mar majestoso fica sombrio

O Inverno está no ar

A brisa gelada que corre

Ao som arrepiante do vento

Divide comigo o frio da noite.

Fecho os olhos molhados

E penso num poema que faria,

Se meus olhos encharcados

Não estivessem cansados.

No jardim do parque

Há apenas folhas caídas, trituradas

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