Nuvem

Nuvem

 

Suprema obra majestosa

Branca ou cinza suspensa

No infinito Céu azul

Quando é cinza

Há folhas ao vento

Quando é branca

Em minha alma se abriga

Nuvem majestosa pintada de prata

Nuvem densa no azul do céu

Que lança para a terra

Gotículas de água em forma de véu

São gotas de saudade

Lágrimas derramadas

Neste mundo ateu

Deslizam pelo horizonte

Como estrelas cadentes

Abraçam a vida

Como a criança que sai do ventre

Minha mãe

Minha mãe

 

Ser sublime criado por Deus

Figura que dá contorno e luz à minha vida

Meu porto seguro

Binómio sagrado, que Deus fez

Para me dar colo

Para me amamentar e me dar carinho

Para me ensinar os primeiros passos…

Minha Mãe

O pilar da minha vida

Que é capaz de me colocar

Um brilho nos olhos e um sorriso

Quando me vê chorar

Minha flor de primavera

Meu céu estrelado

Nas noites frias de inverno

Minha mãe

Mar

Mar

 

 

Foste ideia do Criador e minha alma te admira

Mar salgado de águas doces

Nas tuas ondas, creio que está a liberdade

Quanto não daria para descobrir

Que mistérios guardam tuas águas!

Teu iodo é tua força

A luz do sol acaricia-te em pleno dia

E os astros te protegem na noite escura

És um ser de vida e de paixões

Escutas, choras, enlouqueces e amas,

Embriagas de imensidão e apaixonas

A solidão te aproxima do vazio

Mas a lua espelha tua grandeza no céu

Doce quimera

Doce quimera

 

Nesta vida efémera

Onde o vento silencia

E a lua prateada se transforma

A ilusão e a fé, dão sentido à minha vida

Doce quimera…

Por de trás de um sorriso, anunciaste a tua partida

Mas em que instante te deixei de ver?

Em que momento te reencontrei?

Não, não estás sobre a água

Não, não estás por entre as chamas

É o vento, o mar e o fogo que te sustentam

E se te quero ver, tenho que fugir das estrelas

Este aperto silencioso, é difícil de entender

Os poetas

Os poetas

 

Às vezes se apaixonam por musas

Silenciam, argumentam, discutem

Com a folha de papel e a caneta

No final do dia quando anoitece

Procuram a paz

E quando se encontram a sós com a alma

A poesia acontece!

Tiram dentro do peito a Emoção

Aspirando o aroma da poesia

Os versos que escrevem

Vêm de dentro do coração

As almas dos poetas

Não as entende ninguém

Escrever, é a sua terapia

Conjugam o verbo amar

Em perfeita harmonia

Para além do por do sol

Para além do por do sol

 

No lado de lá do horizonte

Há um sol que beija o mar

O céu, reina calmo e sereno

Conjugando o verbo amar

A todo instante uma nova emoção

Uma réstia de sol caminha tranquila

Minha alma se curva em adoração

Leve brisa que passa serena

Um momento de grande admiração

Ao fundo, sombreados de laranja e vermelho

Dignos de tamanha contemplação

Aos poucos, o céu, veste o véu da escuridão

Para que a lua possa revelar seu brilho

Mãos de poeta

Mãos de poeta

 

Revelam cores de sentimentos

Constroem castelos sobre o mar

Imaginam um outro céu

Em horas incertas

Mãos de poeta

Têm o céu traçado na linha da vida

Mãos de ternura orvalhada

Que escrevem sobre o por do sol

E amanhecem frias quando surge a aurora

Mãos de poeta

Escrevem metáforas de um sonhar

Transformam montanhas

Num sublime verso

E em cada verso travam sementes

Que lançam em água límpida

Transformando as palavras num rio de prata

Detalhes

Detalhes

 

 

Pequenos gestos e caricias

silêncios velados

Calor da alma

Em cada suspiro, nasce a inspiração

Na simplicidade do vento

Voam fragmentos de cartas

Onde foram lidas as entrelinhas

E esmiuçados todos os detalhes

De uma poesia inventada.

No eco de antigas palavras

A poesia silencia os medos

E desenvolve a inteligência do coração

E é nos pequenos detalhes

No ondular das ondas do mar

Que as almas enamoradas se encontram

Compasso do amor

Compasso do amor

 

O doce mel

Rodopia por entre os versos

Ao ritmo de uma paixão

Momento delicado de duas almas

Em subtil dedicação.

A poesia faz-se presente

E alinha sentimentos

Em total veneração.

Neste compasso do amor

Há jardins perfumados

Onde chilreiam os pássaros

Em corações apaixonados.

Compasso do amor

Que embriaga corações sensíveis

De carinho galanteador

Incendeia o Brilho do olhar

E a um ritmo cardíaco descompassado

Homenagem singela

Homenagem singela

 

A ti, Flor mulher

Que me batizaste e acompanhaste

Ao longo da estrada da vida

Foste o exemplo de mulher batalhadora

Perfumaste a viagem

Desta existência tão complicada

Com teu sentido de humor

Tão genuíno como o de meu pai

Hoje, senti saudades tuas

Sinto que foste superior

Na arte de amar

Com tuas mãos em forma de pétalas

Acariciaste as filhas que geraste

Com amor, até na tua tão precoce demência

Foste escrava submissa na dor silenciosa

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