Amor
Penitência
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 11 September 2014
Penitência
Ah, como o coração
às vezes tem este jeito imperfeito
de ser, até feroz
e ímpetuoso
nas possibilidades afectuosas
mas repleto de abstracção
tudo ilumina a quem lá mora
e depois lá se apaga no pavio da vida
quando nem refeito dos amores
se debruça no tédio do meu clamor
este coração já sem objecção
delimita-se entre fronteiras
de palavras que se arrebatam
escandalosamente
Por aqui...
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 11 September 2014
Por aqui...
Por aqui onde as horas
passam tranquilamente
reverentes ao tédio que me assola
te envio servil todo eu
imperfeito que te espera
na noite desesperada
que esmorece do teu jeito
e anoitece ali onde se faz breu
Aqui onde o zénite do meio dia
mais aquece a penumbra
onde me escondo na afrodisia
dos beijos castos teus
rogo à minha fé uma esperança
O Dia e a Noite ; O Sol e a Lua
Autor: Marcos Alves on Thursday, 11 September 2014
Corre o Dia e a Noite
Num apresso habitual
De dois corpos alheios
Que se juntam sobre o Céu,
Sobre o Sol-poente e a Lua.
Em lados opostos da abóbada celeste
Observam a luz e a química
Dos dois corpos que num só se tornam
Por vontade de pedaços cósmicos divergentes,
Destinados à aristocracia de não tocar.
Atracção
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 10 September 2014
Atracção
Requeri toda a liberdade
para eu ardilosamente
poder existir
deixei-me confluir no leito imenso
entre duas margens do mesmo rio
que nos sacia e amamenta
folguei até um pouco a razão
entre breves conflitos
que se instalam neste contrito
beijo na despedida
sei que por ti ganho
mais que a absolvição
mas para o mundo
ah...sei somente
que não fui
Hora tardia
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 10 September 2014Sequestro
Autor: Frederico De Castro on Monday, 8 September 2014
Sequestro
Como um pintor
sonho-te na tela
de formas múltiplas,
doces e mais puras
suaves e férteis
isoladas num divino momento
ternamente delineadas
na eternização do tempo colossal
que ainda vagueia
noutros céus
prostrado,
implorando
apenas como simples mortal
até quando virei de novo
e por ti serei então sequestrado
FC
Começar de novo
Autor: Frederico De Castro on Monday, 8 September 2014
Começar de novo
Já nem tua voz se ouve
quando navego nocturno
no tempo que passa
resta começar de novo
pra saciar de amor e segredos
plenos desejos
neste meu corpo qual
rebento renovo;
deixar por terra desastrados sentimentos
quando um terno e sublime amor
expressivo no teu olhar
se agacha de mansinho
entre meus abraços ternos
e lânguido ao teu toque
Inocência
Autor: Jorge Lindomar Servo on Monday, 8 September 2014Estou tentado à fortuna que encontro num olhar de uma criança que vê pela primeira vez um peixinho no armário (dentro do aquário) e pergunta: "oque isso". Pela entrega do corpo aos carinhos que fizemos na barriga e o ninar que embala seu sono. Pois enfim, são coisas que aconteceram conosco e que temos paixão de ver de novo acontecendo com um ser totalmente dependente de nosso juízo.
Desnuda-me
Autor: Frederico De Castro on Monday, 8 September 2014
Desnuda-me
Esta nossa vontade
imperfeita de tanto
querer,
acaricia-me
prenhe de lealdade,
para que nunca se despreze
esta amizade
nossa beleza no vigôr das vaidades
desflora-me como quem
caminhando à beira do gotejar
se implanta marginal
e nunca deixa sequer de me cortejar
desnuda-me
fiel e casta
entre dois sopros de
vida que nunca te resista