Amor

Esquecimento

Vejo-te passar, mas já não sabes quem sou,

Vou para nossa casa, mas a morada mudou.

Não sei se te lembras, mas eu não esqueci,

Tão bom que foi, quando te conheci.

 

Tento formatar-me, mas a vida não funciona assim,

Quero terminar, mas por vezes não é fim.

Sou uma alma penada que viaja pela cidade,

Correndo atrás de outro tempo, de outra idade.

 

ILUSÃO - I

Poemas ILUSÃO (I e II) - Dedicado a Catarina M. Antunes

No meu pensamento, flui a inspiração reencontro a tua alma e com ela viajo nas asas dos teus sentimentos, traçando de forma poética, como se fosses tu a escrever, a desilusão vivida, sentida do teu grande amor.

ILUSÃO I

Amei sim….
Como te amei
Espero os teus braços
Numa espera sem fim
Por ti clamei
Vencida pelo cansaço
Revejo o passado
Choro por ti.

Provavelmente

Provavelmente as nuvens obscurecem
o azul renitente que me pinta por dentro
olhos de nítida luminosidade com
brilhos de dimensões relevantes
numa aguarela que esbocei em
dias de dor ainda latente
Provavelmente...

Provavelmente o azul renitente
obscureceu a lua em cuja face oculta
havias depositado os resquícios que
a tua alma dorida rejeitava como
remanescências de um tempo em
que apenas a dor te pintava o coração
de uma negridão absoluta e indizível
Provavelmente...

Abraço

Rodopiam-me as letras na cabeça
Martelam...tresloucadas e sofrêgas
Dançam valsas metafóricas
Correm, saltam, embatem...

Aguardam por ti... as letras
Como eu aguardo
Na ansiedade de
No silêncio da noite
Chegares mansamente
Como sempre chegas...

Com a ternura numa mão
E a alma na outra
Que vais desenovelando...
O suave perfume das hortências
Que exalas, colado a ti
Apesar de distâncias ilusórias
Bálsamo de almas perdidas
Ou recordações de vidas passadas...

Manhã

A branda luz da manhã
Esgueira-se por entre as frinchas da janela
E... vem repousar no teu corpo nu

Dormes...
O cabelo em desalinho
Derramado no branco da almofada
O corpo imóvel
A respiracão ritmada
Que te faz ondular os seios

Olho-te só
O cheiro da tua pele adormecida
Sobe por mim
Os teus lábios entreabertos
Onde habitam mil beijos meus
E outros mil sobrevirão

Enquanto a luz te penteia
Contemplo o teu corpo desnudado
Onde tantas vezes me deito
Quando os teus olhos brilham...

Soneto da União

posto ao soneto de Vinicius de Morais

SONETO DA UNIÃO

De repente meu pranto se fez riso
Barulhento, provocante e preciso
E como ondas batendo sobre rochas , encanto

A tempestade veemente se fez bonança ardente
E da aventura errante um sabor constante
Do parceiro cínico um amigo amante
E da paixão infame um amor permanente

De repente não mais que de repente
Fez-se do amigo distante uma presença marcante
Da desilusão a alegria altissonante

Poetar LIV

Poetar LIV
Nascuntur poetae, fiunt oratores.

Ab. Initio lha amei
Per fim
Nada restou deveras
Fora assim
Eu sem ter você
Em mim

O amor que a ti dei
Extenuou
No mar de minha asa
Voou
Perdi, posto que de mim
Levou

Agora corro sem rumo
Meu labor
Esqueci-me de todo
Teu sabor
De meu coração escapou
Meu amor

Soneto da União


Oposto ao soneto de Vinicius de Morais   
 
SONETO DA UNIÃO
 
 
   SONETO DA UNIÃO
De repente meu pranto se fez riso
Barulhento, provocante e preciso
E como ondas batendo sobre rochas , encanto
 
A tempestade veemente se fez bonança ardente
E da aventura errante um sabor constante
Do parceiro cínico um amigo amante
E da paixão infame um amor permanente 
 

Pages