Amor

AMAR O ATO DE AMAR

AMAR O ATO DE AMAR
 
Quem ama não pensa
Nas conseqüências
Varre toda a consciência
Perdas e ganhos
Desenganos
Nada disso acontece
Olhos fechados pra razão
Alma aberta a nova emoção
Quem vai pensar no que vai dá
“Amor é fogo que arde, sem doer”
Já dizia o luso poeta Camões
Amor é um dar sem medida

Já tudo foi dito...

Nenhuma palavra que te diga,
vai parecer novidade,
nenhum verbo que te conjugue,
vai soar a originalidade...
mas mesmo assim eu sigo,
usando o que não inventei,
para tentar falar-te de Amor
do jeito que só eu sei...

Insisto eu em escrever-te,
linhas que me foram emprestadas,
pelas almas de outros amores,
por outras bocas beijadas...

Meu caro Vinicius

Meu caro Vinicius

De repente, não mais que de repente...

Vinicius de Moraes

É meu caro Vinicius,

Estavas certo na prédica

De o de repente desatinar

De perder-se de seu amar

Na mais bela forma poética.

 

É meu caro Vinicius,

Esse seu de repente tortura

Vem sempre ao revés

De um chorar do através

Momento póstumo, amargura.

 

É meu caro Vinicius,

Seu vaticinar estava correto,

Pois se fez “da amiga”, distante

Rodendros

O Amor rói-me por dentro,
Corrompe-me a seriedade.
Dou por mim obsessivo
E um tanto compulsivo,
Embeiçado em tal simplicidade
Que perco a noção da realidade.

Mas calo-me.
Calo-me e não me revelo.
Guardo todos esses segredos para mim,
Esperando, estupidamente, o outro alguém.
Aguardando que esse alguém tome a iniciativa
Que eu nunca sou capaz de tomar.
E não é por falta de sentimento que não o faço,
Isso é certo!

Quais?

Homens bárbaros açoitam a noite
e abortam os sonhos a serem sonhados.
Miragens e imagens confundem-se
entre as sacras proibições, 
pois dizem necessária
a regência da melancolia.
 
Ontem eu vi uma tristeza de adeus
e o corpo que me aqueceria
perdeu-se na multidão de tantos sozinhos.
Foram tantos os brilhos
e, no fim, só essas marcas nos ladrilhos
e talvez a prepotência dos gatilhos.
 

DESTINOS

DESTINOS

Destino
É não saber voltar
Perdido é uma oração
É voz que te abraça
É a dor
Onde repousa o Amor
Falo-te baixinho
Amar

Eu mereço
Mas são para ti
Cores de ternura rara
Destinos ao sabor da Alma
São molhadas Vozes
De um Deus que existe
E provar é simples

 

Paulo Cardoso

UM BEIJO SÓ

UM BEIJO SÓ

Bocas de Um Beijo Só
Têm Lábios Afagos
Que se Emocionam
Que se Abrem
Que se Misturam
Que Respiram Juntos

Lábios de Um Beijo Só
São Ardentes Cadentes
Onde Moram Línguas Quentes
Que se Salivam
Que se Lambuzam
Que se Mesclam

Línguas de Um Beijo Só
Têm Sabor de Perdição
São Segundos de Paixão
Que se Entregam
Que se Partilham
Que se Inflamam

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