Caretas
Autor: Ana Flora de So... on Sunday, 5 January 2014
Enquanto dorme o mundo,
Enquanto dorme o mundo,
UM BEIJO SÓ
Bocas de Um Beijo Só
Têm Lábios Afagos
Que se Emocionam
Que se Abrem
Que se Misturam
Que Respiram Juntos
Lábios de Um Beijo Só
São Ardentes Cadentes
Onde Moram Línguas Quentes
Que se Salivam
Que se Lambuzam
Que se Mesclam
Línguas de Um Beijo Só
Têm Sabor de Perdição
São Segundos de Paixão
Que se Entregam
Que se Partilham
Que se Inflamam
É o fim
Mas também o começo.
Meus olhos úmidos
Olham ternamente as estrelas do céu
Procuro esquecer as estrelas da terra,
Só por hoje!
A cada dia que passa
As memórias não vividas esvaecem
E me enlouquecem outrossim.
E se eu tivesse vivido?
E se eu tivesse esquecido,
Os olhos que me cercavam?!
Nos olhos daquela dama,
eu naufragava!
Nos lábios da mesma dama,
eu me afogava!
E não praia dos seus beijos,
Eu não cheguei!
Morri nos seus sonhos,
Cai feito gota de chuva,
Mas em poucos segundos suplanta todo mar.
É luz austera da vida
O canto vívido da esperança,
Que os passarinhos alegremente se põem a cantar,
Gozo pleno de uma paz infinda.
Sua fragrância excede a essência dos mais puros nardos
Os deuses da Grécia antiga se ardiam em ciúmes,
Por ser ele, louro, negro, ilibado;
De todos, maleável emprego.
Não se podemos medi-lo
Pela extensão territorial do universo;
A Ele foi presenteado o paraíso dos deleites,
O céu de todos os versos,
Serão inúteis as apostas contrárias
e todas as vozes adversárias,
pois em ti repousa a graça necessária
para o exercício da fantasia diária.
Será em vão a maldade do Mundo,
pois eis que poesia vertida
em ti, acaricia a própria vida.
Será em vão o assombro tentado,
pois eis que o poema derramado
em todo peito será abrigado.
Siga comigo Marquesa dos Versos,
em outros sonhos seremos imersos.
Poetar XVIII
Diálogos...
Tente me esquecer
Tente delir-me de ti
Tente obliterar de teu viver
Às reminiscências que há de mim...
Tentarei te esquecer
Tentarei delir-te de mim
Tentarei obliterar de meu viver
Às reminiscências que há de ti!
Duvido que logre bom êxito
Que conseguirás apagar-me
De ti, confesso que meu escrito
Tu nunca hás de devolver-me...
Os amores desfeitos
vagam pela insônia