Geral

Cântico saturniano

Apresento o senhor do tempo
Aquele que consome os ossos
O regente da finalidade
A força motriz da decadência
Ele casa com os seres ábditos
Seu anel exprime os dedos dos homens
Sórdido criador do divórcio
Separa q vida com a morte
Terra seca, galhos quebrados e sangue
Carniça exposta, encruzilhada e lixo
São o banquete para ele
Devorador do amor e de tudo bom

Saturno

Deus do fim, predicando as finalidades últimas. Simboliza o cansaço do tempo, sempre aguardando a paisagem de inverno: congelando os amores da carne, adoecendo os prazeres da vida. Sua força é gradual, mas no momento agente, és veloz como uma asa de beija-flor. Está sempre faminto, sua essência sempre requer opulência; devora a alma daquele sofredor; devora os girassóis enraizados na beleza; devora a arte, a mesma que vive por ti. Em suma, nunca está satisfeito pelas suas mortes.

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FAGULHA

 

 

 

ter a ideia de um verso

é como um lúmen na sombra

que quer sua metade vedar

aquela metade bem-vinda

que teima em confrontar-se

aos comportamentos cômodos

da inércia e alienação

 

(quando tudo pede um raciocínio

ou uma predestinação...)

 

ter a ideia de um verso

é mais que simples desvario

intelectual

é resina que nutre de cor

o fôlego avassalador

de um poeta asfixiado

em comoção

 

 

 

 

Apeirokalia

O breu da alma cega a retina em prece
A falta do poderoso divino nos escure
Cegueira moral e fulcral no mundo
Os açoites da morte cada vez profundo
Chicoteando a carne demasiada humana
Escravidão natural da beleza profana
O feio é exuberado como licor
Ressentimento e facas: nosso fulgor
Preso na lâmina a mentira inóspita  
Brilhando sangue no reflexo, luxuosa
Derrama ignorância na sórdida ingratidão
Humanidade enterrada em podridão
Outrora um dia no prado ganhou
Esculturou o mármore e sonhou

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