Geral
*OS BRILHANTES*
Autor: Gomes Leal on Monday, 21 January 2013Não ha mulher mais pallida e mais fria,
E o seu olhar azul vago e sereno
Faz como o effeito d'um luar ameno
Na sua tez que é morbida e macia.
Como _Levana_... esta mulher sombria
Traz a Morte cruel ao seu aceno,
O Suicidio e a Dôr!... Lembra do Rheno
Um conto, á luz crepuscular do dia.
Por isso eu nunca invejo os seus amantes!
--E em quanto hontem, gabavam seus brilhantes,
No theatro, com vistas fascinadas...
*NA FOLHA D'UM LIVRO*
Autor: Gomes Leal on Monday, 21 January 2013Uma é a forma ideal do triste anjo vencido,
--A outra, a doce luz diaphana da manhã!
E entre ellas chora e diz meu coração perdido:
--Em mim vencerá Deus, ou ganhará Satan!?
*CARTA ÁS ESTRELLAS*
Autor: Gomes Leal on Monday, 21 January 2013Ninguem soletra mais vossos mysterios
Grandes letras da Noute! sem cessar...
Ó tecidos de luz! rios ethereos,
Olhos _azues_ que amolleceis o Mar!...
O que fazeis dispersas pelo ar?!...
E ha que tempos ha já, fogos siderios,
Que ides assim como uns brandões funereos
Que levaes o Deus Padre a sepultar?!
Ha que tempos, dizei!--Ha muitos annos?...
E, com tudo, astros santos, deshumanos,
A vossa luz é sempre clara e egual!
POIS SER PALLIDA É DEFEITO?
Autor: Bulhão Pato on Monday, 21 January 2013
Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois
Autor: Alberto Caeiro on Monday, 21 January 2013
Escrito em 4-3-1914.
Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois
Affirmações religiosas
Autor: António Nobre on Sunday, 20 January 2013 Ó meus queridos! Ó meus S.tos limoeiros!
Ó bons e simples padroeiros!
Santos da minha muita devoção!
Padres choupos! ó castanheiros!
Basta de livros, basta de livreiros!
Sinto-me farto de civilisação!
Rezae por mim, ó minhas boas freiras
Rezae por mim escuras oliveiras
De Coimbra, em S.to Antonio de Olivaes:
Tornae-me simples como eu era d'antes,
Sol de Junho queima as minhas estantes
Poupa-me a _Biblia_, Anthero... e pouco mais!
*A SUA CAMARA*[2]
Autor: Gomes Leal on Sunday, 20 January 2013No ar calado e bom da camara fechada,
Como um ninho d'amor, casto e silencioso,
Um grande cravo branco ergue o caule cheiroso,
N'uma jarra de jaspe, antiga e cinzelada.
Voam aromas bons no ar tranquillo e molle;
Algumas flores vão morrer nas jarras finas,
--Elle sereno vê, nas rendas das cortinas,
Silencioso morrer na sua gloria o Sol!
Todas morrem ao pé, só elle altivo é bello,
No seu vaso de jaspe, entre as demais existe,
--Como um rei infeliz n'um ultimo castello,
Com seu ar virginal e com seu modo triste!
Gazel do Amor que Não se Deixa Ver
Autor: Federico García... on Sunday, 20 January 2013FUSÃO
Autor: elson mesquita ... on Sunday, 20 January 2013
Um choque de estrelas.
Uma explosão.
Ninguém ferido..