Geral

Tempo cativante

Sonhos sem um pertencimento
Preenchido, um elo perdido
Onde caminham os mutantes
peregrinos

Tempo cativante aos nerds
Donos da revolução atual
Tem I.A querendo levar para
Horizonte desconhecido ou permissivo
Em garagens ou laboratórios
Tem sempre um rebelde
Além do diabo
Para a humanidade anular

Serão boas-vindas:
Ao Jack Estripador?
Ao Judas traidor?
Um bom samaritano?
Façamos nossas apostas
Que humanidade queremos recriar
No que teremos curiosidade maior

Olhar

Olhar

Quando o olhar ditoso do soldado
Ao front das esperanças lançou sonhos...
Quando a primavera deu mais flores
O inverno mais amores
Quando o céu do bem-querer
Ofertou o colo aconchegante
Convite interessante
Quem se arriscou a caminhar
Pelo fim das guerras, o fim das guerras
O término guerrear!
Não é mais uma quimera
Início de uma nova história de paz
O aguardo do que estava distante
Temos ideia, gente ressuscitou lá atrás!
E quantos mais ressuscitarão,
Logo mais?

Acontece na França

Acontece na França

Franco miado a passear pelo telhado
Sob a sinfonia de monsieur chat
miados e chamados
boêmia histérica
em plena noite de natal
enquanto rolava a ceia em casa
e a plateia de cachorros ficavam
pasmados na reserva polposa de sobra alimentar
olha o desperdício que os humanos proporcionam!
E o olhar aflito dos cachorros
esperando pelo momento desta boa vida:
ossitos e com sorte, alguma carne para mangeous
toda criança adora Petit Gâteau
a França me encanta, sem ter ido lá.

Livro particular

Carpe Diem
Naquele déjà-vu
Não é mais aquela casa
Que espera por mim
Toda minha arena foi devastada
Ficou pequena a rua Isabel de Castela
A alegria ficou tão calada

Quem já teve Carpe Diem entenda
Eu já tive déjà-vu com Madalena
As mangas da Arapiraca 152 tem mel eternizado
Na boca de crianças que se tornaram imundas
Pela poeira da mangueira centenária
Que mal que nada
Todo dia tinha carpe diem com
Madalena e a meninada

Olhar psico

Gostaria de ter os olhos do meu cão
Meu cão, eu mesmo não sei das suas demarcações
Neste mundo animalesco
Mas os olhos deste amigo, além de beleza rara
Uma cor indefinida, não comum, nem simples
Gostaria de ter seus olhos e enxergar em silêncio
Com a pausa que se necessita para enxergar o mundo
Acima de nossos corações,
Nosso mundo exterior
Devora nossa coragem?
Tememos por viver lá adiante
Não podemos viajar, nossa bagagem é incompleta
Nosso mundo, submundo

As credenciais do amor

Mulher de ventos amenos
delicadeza é a tua vocação
teu amor é meu?
que teu abraço
não deserte meu encanto!

Mulher de muitas habilidades terrenas
que me acena há distâncias
perdoe os poemas não ditos
e as palavras esbugalhadas deste amor

Quem me dera ter fala e escrita poderosa
para convencer o teu mundo
quem me dera tivesse ao menos
toda bondade de um Fernando
o coração de um Pessoa

Redecorar

Quero um espaço nesta nave angular
uma breve abdução para distrair
a mente
sair das mesmices fases lunares
quero o que Deus fez:
o cântico raro da contralto italiana
uma rede cearense
um sítio diminuto, uma cabana
tomar água de coco ou caldo de cana
em xícara de porcelana
quero uma dor amena,
caminhando para o estágio de não existir
quero amanhecer com juízo perfeito
queria meu pai por mais tempo
um coquetel bem produzido
um elixir de possibilidades

Cores sonhadas

Metamorfosear as cores sonhadas
o paraíso mais lindo,
o voo sobre as flores mais perfumadas
marcar por um instante,
o olhar paralisante de humanos que as observam passar!
Animais domésticos, admiram seu voo e o seu desfilar
gatos e cachorros, avançam querendo brincar!
Redes não estão autorizadas!
Estas, não contemplaram o voo poético
da charmosa borboleta.

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