Geral

Renascer das cinzas

O fogo surgiu na linha do horizonte

Devorou vidas inocentes

Desnudou aldeias e vales

Deixando um rasto de dor

Gritos de desespero rompem

Entre o fumo e o fogo

A tristeza corrói dentro de corações gelados

Envoltos em línguas devoradoras

Mágoas ferem e marcam a alma

Daquelas gentes desesperadas

Torturadas pela dor da perda

Porquê meu Deus? Porquê?

Faz-se silêncio entre as cinzas

Numa noite horrenda, sem luar

Tentando ouvir a voz de Deus

E vem a madrugada negra

Pintando estrelas

Pintei estrelas

Nas paredes do meu quarto

E vi o Céu ao alcance das tuas mãos

Bordavas de luz o firmamento

Pedacinhos de estrelas surgiam

E aos poucos se apagavam

Na harmonia das cores

A natureza era esquecida

Uma brisa tocava-me o rosto

Sentia a essência da vida

Na escuridão, o infinito

Todo o ponteado de estrelas

Fazia germinar em mim sementes

Sementes de amor e de paz

Com o esplendor de um anjo

Sentia a Tua doce presença

Que me envolvia suavemente

Palavras ao vento

No amor

Não soltes palavras ao vento

São balas perdidas

Num coração enamorado

Palavras ao vento não movem pensamentos

São mentiras, Sorrisos fingidos

Sentimentos vazios, amores traídos

Bombas que caem sem razão

São dores conformadas pela própria dor da ilusão

São pensamentos sem amor

Sorrisos de tristeza que se escondem

São línguas de fogo sem calor

Palavras doces o vento pode pronunciar

No frio cálido de uma voz entontecida

Palavras o vento leva...

Inspiração

Fico em silêncio e escuto

Meu instrumento é a música

Minha rima és tu

A inspiração aflora

A poesia acontece

A inspiração surge do fundo da alma

E faz renascer meu coração

O que antes era dor

Hoje move a minha emoção

A Inspiração

É o combustível para a alma

Povoa a minha existência e imaginação

A cada por do sol, um novo horizonte

A cada amanhecer, uma nova estação

A cada sorriso uma nova vida

A cada instante, nova emoção

Navego com meus poemas

Inquietude e calma

Hoje levei a alma a ver o mar

Descobri que seus olhos brilhavam

Enquanto contava histórias de encantar

Sentia-se um cheiro a flores secas

E a capim molhado

O vento rodopiava em meus cabelos

Tentando compor um poema

Mas choveu nas palavras

Que o vento não escreveu

A chuva é agora um poema disfarçado,

Assombrosamente delicioso

Um sopro de vida que recebi

Neste mar salgado e delirante

Desta alma que agora me sorri

Gosto quando os meus olhos veem além do meu olhar

Esperança

Ingrediente indispensável à vida

Um sonho feito de despertares

Um empréstimo que se pede à felicidade

É o sonho do homem acordado

Um alimento da alma

É o desespero superado

Esperança

É a dor em poesia

É a promessa eternamente suspensa

Diante dos olhos que choram

E do coração que padece maresia

Esperança...

Um sonho feito de despertares

Calmante que a natureza concede ao ser humano

Angústia dos instantes de dúvida

Certeza nos momentos de fé

Esperança

Alma nua

Alma que morre de uma fragância

Que se dissolve na neve fria

Que dorme tranquilamente sob as águas do lago

Alma que sangra

Alma que chora e se enamora

Que corre como o vento

Rodopia nas ondas do mar

Alma que se agita em coração ateu

Alma que contorna as estrelas do céu

Alma nua

Que passeia em jardim florido

Que chilreia como os pássaros

Alma que se transforma em borboleta

Alma em cor violeta

Que ilumina uma vida

Que anuncia uma partida

Alma nua

QUOTIDIANOS – 8º CAPÍTULO

QUOTIDIANOS – 8º CAPÍTULO

A Obra “Os Maias” de Eça de Queirós vai deixar de ser leitura obrigatória no secundário. Possivelmente devem estar a pensar banir também Camões, Fernando Pessoa, Padre António Vieira, Gil Vicente, Bocage, Saramago… O silêncio é a alma do negócio e para promover os amigos no plano nacional de leitura não há como apagar o passado. 

entao??????

poderiamos falar a noite toda 

relembrar velhos assuntos,velhas bebidas

ou so se olhando,palavras ja colocadas de lado

podemos  sair e ouvir um bom samba

(zeca ta na cidade) ainda tenho os discos dele

a cidade ainda continua quente ,voce fez muita falta .

                                                                                   nao podemos mentir a tudo isso

                                                                                   aventuras teremos sempre

Juras de Saudade

Quando eu era menino,
jurava por Deus
que nada daquilo fora eu que tinha feito,
quando eu me julgara crescido,
jurava que ninguém ou nada
tinha — nem me dava — jeito

acabei jurado de amor
quis eu então abraçar o mundo inteiro
e agora, pelos muitos anos que anseio,
pois a idade me põe em desvantagem,
faço juras mais que de amor,
faço juras de saudade.

 

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