Moinhos
Autor: António Alves F... on Tuesday, 31 July 2018MOINHOS
MOINHOS
CONDEIXA-A-NOVA - FESTIVIDADE DE SANTA CRISTINA
No dia 24 de Julho, Condeixa-a-Nova e o seu Concelho, vestiu-se de fato novo, para festejar aquela que é a sua Padroeira – Santa Cristina-, uma jovem Mártir Italiana. Afirma-se que a presença dos Romanos neste território influenciou para que mais tarde fosse a orago da Igreja Matriz.
Lá fora, o sol brilha
E eu perdida nesta sala
Mobilada de imobilidade.
Há em mim silêncios,
Memórias de tempestades
Que me fazem perder o rumo
Apenas consigo imaginar o azul do Céu
Minh `alma errante, procura-me
Não sabe que estou encurralada
Estranho-me incessantemente!
No reflexo da água deste rio
Que corre adormecido em mim
Há fantasmas que me limitam
A angústia domina-me
Guiada pela minha própria sombra.
Entre o papel e a caneta
Há um mistério que não sei decifrar
Dança latina
Em forma de poema
Sentimento que baila
De forma sensual
Dentro de um coração
Envolto em paixão
Balança o corpo e a alma
Desperta a imaginação
Selada de emoção
Tango
Dança que acalma
Que atiça
Que inspira
Dança argentina
Mexe com a retina
Encanta, balança
É fantasia
Tango é romântico
É drama passional
Na pista de baile
É belo, sensual
É poesia!
Fecho os olhos e em alta voz
Penetro em sonho azul
Invoco Deus em minha oração
Adormeço débil e sonho que sou forte
Num universo em constelação
Não me despertem, quero viver
Viver sorrindo mesmo que seja em sonho
Morrer de amor e continuar sonhando
Como fazem os poetas
Quero ter pesadelos de otimismo
Deixar passar as horas de melancolia
Neste quarto mobilado de imobilidade
Vejo sombras que de longe me sorriem
São sombras de luz
Sombras amigas de cor azul celeste
Em teus olhos
Vejo uma metamorfose ambulante
Tuas pupilas são o meu mundo
Não sou bipolar, sou flutuante
Elas expressam calma
E se idealizam na certeza do infinito
Tua voz habita no silêncio da saudade
O Céu está tão distante
Que Minh ‘alma sofre de ansiedade
Sou infinito de contradições
Sou complexa para ser explicada
Muito confusa para ser entendida
Sou um poço infinito de palavras
Jamais fui compreendida
Costuro o infinito sobre o peito
Cada momento, cada segundo
O fogo surgiu na linha do horizonte
Devorou vidas inocentes
Desnudou aldeias e vales
Deixando um rasto de dor
Gritos de desespero rompem
Entre o fumo e o fogo
A tristeza corrói dentro de corações gelados
Envoltos em línguas devoradoras
Mágoas ferem e marcam a alma
Daquelas gentes desesperadas
Torturadas pela dor da perda
Porquê meu Deus? Porquê?
Faz-se silêncio entre as cinzas
Numa noite horrenda, sem luar
Tentando ouvir a voz de Deus
E vem a madrugada negra
Pintei estrelas
Nas paredes do meu quarto
E vi o Céu ao alcance das tuas mãos
Bordavas de luz o firmamento
Pedacinhos de estrelas surgiam
E aos poucos se apagavam
Na harmonia das cores
A natureza era esquecida
Uma brisa tocava-me o rosto
Sentia a essência da vida
Na escuridão, o infinito
Todo o ponteado de estrelas
Fazia germinar em mim sementes
Sementes de amor e de paz
Com o esplendor de um anjo
Sentia a Tua doce presença
Que me envolvia suavemente
No amor
Não soltes palavras ao vento
São balas perdidas
Num coração enamorado
Palavras ao vento não movem pensamentos
São mentiras, Sorrisos fingidos
Sentimentos vazios, amores traídos
Bombas que caem sem razão
São dores conformadas pela própria dor da ilusão
São pensamentos sem amor
Sorrisos de tristeza que se escondem
São línguas de fogo sem calor
Palavras doces o vento pode pronunciar
No frio cálido de uma voz entontecida
Palavras o vento leva...
Fico em silêncio e escuto
Meu instrumento é a música
Minha rima és tu
A inspiração aflora
A poesia acontece
A inspiração surge do fundo da alma
E faz renascer meu coração
O que antes era dor
Hoje move a minha emoção
A Inspiração
É o combustível para a alma
Povoa a minha existência e imaginação
A cada por do sol, um novo horizonte
A cada amanhecer, uma nova estação
A cada sorriso uma nova vida
A cada instante, nova emoção
Navego com meus poemas