Nulo
Autor: António Alves F... on Friday, 29 June 2018QUOTIDIANOS – 4º CAPÍTULO
Palavras amigas e familiares da minha Prima Olinda Rio, a dar-me ânimo, esperança, fé…
QUOTIDIANOS – 4º CAPÍTULO
Palavras amigas e familiares da minha Prima Olinda Rio, a dar-me ânimo, esperança, fé…
SARDINHAS E OUTROS PEIXES
Tenho na memória, que na minha aldeia arraiana, Bismula (Sabugal), o primeiro peixe que saboreei foram sardinhas. Naqueles tempos difíceis uma sardinha dava para três irmãos. Atualmente vendidas aos preços nos Festejos dos Santos Populares, os pobres nem lhe tocam, ficam contentes com o cheiro, estamos pior que antigamente, ao menos uma dava para três.
A seguir a esta espécie marinha, vinha o carapau grande, o chicharro e finalmente o bacalhau.
Não nascemos só
para pagar contas e morrer,
nascemos para muito mais,
para amar e odiar,
para rir e chorar,
para cantar e dançar,
para a alegria e a tristeza
mas principalmente
para viver,
viver a vida de uma forma plena,
consistente,
integra de realizações,
de conflitos de felicidade,
de gratidão,
de desânimo,
de conforto
viver, viver, viver...
não para correr atrás da vida
ela acontece
quer queiramos ou não
está ali
e passa dia após dia
que horas sao agora em que dia estamos podemos sentir nas veias o soro do amanha
sabemos que tudos e de acordo com o que queremos
viva o brasil viva
viva ao abrir os olhos,estamos a um grito de ser expulsos do paraiso
cervejas esqueçam,brindaremos ao um novo amanhecer
as meninas e seus corpos.
24 horas em um leito de hospital pessoas e seus gemidos
2018 e nada de copa do mundo.
estamos prontos e perdidos numa esquina deste pais procurando vitimas e sangue puro
apenas uma gota.que venha no samba na voz do zeca pagodinho
O que foi o homem?
o que é o homem?
senão alguém que nada
no tudo
un mergulho profunfo
para tentar ser o todo
desse homem
quase sempre um absurdo
nem sempre um louco
desse mesmo homem
que não precisa de nada
pois é o dono do mundo.
ALDEIA DE JOANES E A SUA TOPONÍMIA
ANTÓNIO ALVES FERNANDES·SÁBADO, 23 DE JUNHO DE 2018
Há muito que a Toponímia, os nomes dos lugares, das ruas, das praças me têm chamado a atenção, nas nossas aldeias, nas nossas vilas, cidades e campos. A razão de ser dos seus nomes, de ser este e não aquele. Todos têm as suas histórias, as suas lendas.
Sábado dia 23 de junho de 2018.
Acordo cansado, o meu colega de quarto ainda dorme, faço a minha higiene diária e tomo o pequeno almoço, o meu amigo F. fala comigo, as suas histórias acordam-me, começa mais um dia.
Caminho pelos corredores da unidade e volto a ser solicitado pela ansiedade de pessoas sem rumo. Pedem-me tabaco, café, dinheiro, palavras, gestos, mãos, abraços… passo a ala e isolo-me na sala de atividades, no Sábado costuma estar vazia, aproveito o silêncio.
Falo comigo.
Sexta-feira dia 22 de junho de 2018
Estou na biblioteca e continuo a falar comigo.
Vejo o que a minha imaginação me diz. Pesco na Barragem do Cabril com o meu amigo Cepeda.
Navegamos no seu barco, uma “banheira” com asas que nos faz sonhar e apanhar Achigãs enormes.
QUOTIDIANOS – 2ª PARTE
Almoço mais cedo, estava em jogo o horário de Marrocos-Portugal, onde todos vibramos por mais uma vitória da nossa Selecção Nacional. Como no Filme “Casablanca”, Ronaldo tocou outra vez piano, melhor dizendo, marcou um golo de cabeça, e a orquestra com muito sacrifício lá foi aguentado a vitória. Uma vingança da Batalha de Alcácer Quibir. D. Sebastião regressará ao Reino, se transportar a Taça do Campeonato do Mundo. As Irmãs Hospitaleiras e todos nós festejaremos.
Sexta-feira dia 22 de junho de 2018
Acordo com palavras doces de quem me quer bem.
Tomo banho, desfaço a barba, olho os meus olhos… continuo a olhar… estou cansado e penso sem parar… vejo o passado e projeto o futuro com uma velocidade vertiginosa.
Tomo o pequeno almoço e falo com o meu amigo F., a sua vontade de viver é um sinal de esperança, a sua simpatia é reconfortante. Saber que ele acompanhou o meu Pai na Guerra da Guiné é uma coincidência estranha e surpreendente, o mundo é pequeno e o tempo é efémero.