Quando Ninguém Mais Te Vê
Autor: André Claro on Saturday, 30 September 2017Sentado na calçada,
Reconheço todos que passam.
Alguns nunca voltam,
Outros estão muito animados,
Muitos, nervosos ou impassíveis,
Todos me são familiares.
Nas suas costumeiras idas e vindas,
Às vezes me jogam uma moeda,
E nem percebem,
Muito menos me reconhecem.
A cidade, de novo, é pequena,
Fui embora, mas voltei,
Depois de alguns meses.
Nem minha filha — nem minha esposa
Sabe que quem está ali, à paisana,
É aquele por quem elas muito procuram.
Aliás, não procuram por mim,