Intervenção

tELEVISÃO:

Televisão. Televisão. Televisão…

A quantos moldas a opinião?

Quem ganha com a tua liberdade de expressão?

Será, sempre, a população?

Como pagas a quem produz a exteriorizada da opinião?

Quão livres são…

Os que têm o comando na mão?

E… Reconhecem que lhes molda a opinião?

E o comentador, tem liberdade de expressão?

E ao jornalista… E ao câmara man?

E ao argumentista?

São valorizados seus esforços e dedicação?

Cheira-me que não!

Acho, que és a imagem dos opressores desta…

O MUNDO É DOS IGUAIS

Não mais tenazes de ferro quebrando os ossos,

Nem desertos, cheios de náusea e fome.

Não mais escravos.

 

No mundo não cabem eleitos e abandonados.

O Mundo é dos iguais.

 

Não mais metralhadoras cantando a canção da morte,

Nem mortos vivos, que no quotidiano se enterram.                                               

Não mais escravos.

 

No mundo não cabem vencidos e vencedores.

O Mundo é dos iguais.

 

Não mais napalm e fome na rota dos jatos,

Nem crianças órfãs das grades da prisão.

DE ORA AVANTE,,,

De ora avante…

Fica proibida toda a ideia de escravidão.

A dúvida perderá a forma de monstro,

Disforme e pegajoso, verde lodo.

Haverá sempre uma rosa vermelha no jardim;

Nove rosas vermelhas na secretária dos vivos.

Ninguém mais morrerá de inanição.

Não se poderá julgar louco qualquer sonho,

Mesmo arrumar carros nas árvores da praça,

Seguir pelas paredes nas horas de ponta.

Não haverá sonhos limitados à infância.

O homem fará amor na relva dos jardins

… Em noites de sol.

QUE IMPORTA

Que importa existirem crianças famintas,

Ao luar?

Se os Deuses acendem o fogo da guerra,

Prás alimentar.

Se os homens passeiam, com pés de ladrão,

Lançando granadas, sobre um outro irmão.

 

Que importa existirem cadáveres,

Por toda a cidade?

Se há quem se sinta dono da verdade.

Se aqueles que sofrem,

Julgam ter razão.

Lançam-se alicerces de nova prisão.

 

Que importa que haja ódio em toda a parte,

Se aos donos da guerra, nada há que os farte!

 

Do livro VIVENDO O POENTE

LIBERDADE - palavra mágica

Olhei.

Tempo e espaço parado.

Costas grudadas à terra nua.

E, essa imensa manta de estrelas…

Que tremeluzem,

Brilham,

Enganam,

Iludem.

Resto selvagem de homem nu,

Imolado no altar da Terra.

 

Na noite,

Corro atrás da palavra mágica.

Que abre portas,

Faz sorrir pedras,

Afasta corpos.

E,

Em troca,

Emoldura de sorrisos a noite fria.

 

Eleva-me ao pináculo do monte.

Protege-me da fúria das águas,

Quebra o vento.

SÓ o LIVRE É SIMPLES

A poesia é coisa simples.

Simples como a vida,

Na Terra onde ela existe.

Simples como bagos de orvalho,

Caindo de pétalas jovens,

Sobre terra virgem.

Simples como pássaros voando,

Vivos e livres.

Vivos por livres.

 

Olha os campos,

Olha as serras,

Olha os mares.

Tudo é simples.

Todo o belo é simples.

 

Deixa a máquina,

Suas engrenagens complicadas e frias.

Mãos alavancas, que enterram vida,

No jardim do terror, na aridez da guerra.

Dorme homem. Dorme.

Dorme homem. Dorme.
Dorme à direita do charco e, em sonho,
Liberta os pés do barro em que te atolas.

Dorme homem. Dorme.
Só em sonho pode surgir o riso feliz
Que ostentas e derramas na tez calosa.

Dorme homem. Dorme.
Deixa que a máquina role e escravize,
Que as algemas te apertem os pulsos,
Que vires peão no jogo da guerra.

Dorme homem. Dorme.
Dormindo justificas o estar parado,
Enquanto outros avançam sobre tuas costas.

Os velinhos da minha aldeia

Os Velhinhos da minha aldeia.
As costas curvadas pelo peso da idade.
Já, Não sonham mais grandes viagens.
Em Beira mar ou em margens.
 
Os velhinhos da minha aldeia.
Sobre os traços dos seus rostos.
Quantos socalcos lavrados e esteiras.
Pelo tempo e á dureza das lavouras.
 
Os velhinhos da minha aldeia 
Não viram mais lindas páginas.
Um caldo como bebida.
Um pouco de pão que se compartilha.
 

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