O Início de Mim
Autor: Ex-Ricardo on Saturday, 8 December 2012Quero ouvir-me na tua boca.
Quero ter por língua a tua voz por escrever!
Se não o dissemos quase não chegou a existir!
O que não dizemos não faz falta!
Mesmo os nossos nomes...
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Quero ouvir-me na tua boca.
Quero ter por língua a tua voz por escrever!
Se não o dissemos quase não chegou a existir!
O que não dizemos não faz falta!
Mesmo os nossos nomes...
Teus olhos entristecem
Nem ouves o que digo.
Dormem, sonham esquecem...
Não me ouves, e prossigo.
Digo o que já, de triste,
Te disse tanta vez...
Creio que nunca o ouviste
De tão tua que és.
Olhas-me de repente
De um distante impreciso
Com um olhar ausente.
Começas um sorriso.
quero esquecer os valores insípidos do mundanismo para divulgar as mudanças que planeei: quero conceber um estilo frisante por onde deslize a minha fantasia; quero submergir os desenganos que fundamentam as minhas composições poéticas.
a turba desdobra os seus chavões sempre que profere relatos apócrifos sobre a fraternidade; sempre que alude às injustiças perenes que caracterizam a existência; sempre que se inspira nas lutas bravias que enlaça.
engendro palestras que tipificam as minhas convicções com zelo e com brio; que serpenteiam pelas fragas da liberdade para ripostarem aos energúmenos que me desconsolam e que potenciam os hábitos melancólicos da minha compleição.
realço os itinerários onde se jugula a liberdade e se fomenta o temor; onde se recompensam aqueles que teatralizam os seus arremedos espirituais; onde a cárie envolvente é por eles justificada para que o desencanto prevaleça nesta vida.
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os vocábulos irrompem com lucidez quando desprezam os nossos amores frustrados; quando os seus repenicados beijos nos guiam a um desterro prazeroso; quando acalentam um intrínseco paladar que nos faz rejuvenescer.
deixo que a poesia deslize pelas ruelas da alma para que ela se reparta em múltiplos teoremas; para que a minha razão descubra um interlúdio para o sofrimento; para que as minhas ideias impugnem certas verdades gerais.
tenho uma bolsa repleta com as ideias que inspiro através da aura da minha poesia; através dos meus anseios enérgicos em busca do requinte; através das dádivas perenes da minha razão.
era uma aura que eu perseguia quando remontava os temporais; quando convertia as minhas angústias em cantigas que ia trauteando para toda a gente; quando habitava num monturo ornamentado com as minhas imponderações.