Natureza

CEARÁ

Sonoplastia dos cavalos dos deuses produzidas por uma banda de música agreste monolíticas paisagens compõem cenários por essa trilha por esse caminho a dentro arbustos ao meu lado, pedras galhos secos foi o tempo o vento que escupiu em escala quase musicas foi a poesia musica do zumbido do ar nas penas do carcará O balanço oculto do terremoto mexeu o duro cristalino Alicerces de sapatas gigantes, pousou de pé na pedra um leve bem-te-vi Que violou em rompante um pequeno sossego Umbuzeiros e cipós amarelados em harmonia, um anu alma de gato canta No silencio do chão de cascalho.

BALANÇO DO MAR

Balanço Do Mar

Um poeta me ensinou a cantar com rimas benditas ,um balanço para lá e para cá Parecia um balanço de rede embaixo de um belo luar Um poeta me ensinou a remar Com a força do calcanhar empurrou barco a dentro para o mar de letras escalonar De belezas inaturas sobre o amor e suas desventuras o poeta me ensinou a remar.

ROSAS NEVADAS

ROSAS NEVADAS1

 

Tenho uma roseira em flor,

De lindas rosas nevadas,

Parecem beijos d’amor,

Roubados às namoradas.

 

O vento passa por elas,

Remoendo seu ciúme,

E demora-se, só pra vê-las,

Que elas não dão perfume.

 

O vento, extasiado,

Segreda-lhes, não sei o quê,

E fica enamorado,

Confiar

Confiar 

Amar sem reclamar

O Amor que é para dar

Querer viver e aprender

A cada dia 

A cada amanhecer

Resgatar o poder 

E Alma ser

Cumprir dever

Olhar o querer

Confiar e abalar

A onda do mar

Sexto sentido

Destemido

Numa voz perfeita

que espreita

E no peito se deita.

Colhe a semente

que no inverno deita

na primavera enfeita.

Puro prazer de ser

MIDAS

MIDAS

 

No tempo

Em que as coisas eram o que eram

A naturalidade acontecia naturalmente

A noite era o adormecer do dia

E o primeiro raio de sol

O campeão das corridas à velocidade da luz.

 

As coisas eram o que eram

Sem razão nem porquê

A simplicidade,

No sentido simples da simplicidade,

Era a essência do choro sobressaltado do rio

Era a paciência da planície

Na intermitência da sua vontade.

 

Quando as coisas eram o que eram

Não havia sujidade,

BEM-TE-VI

 

 

bem-vindo bem-te-vi

aos olhares que me viram

como ti

com uma chance para voar

outra para vislumbrar

este espaço do viveiro

que já lhe pertenceu

cativo e restringido

da liberdade ensejada

que a vida lhe roubou...

mais que à madrugada

seu canto destinou

seja bem-vindo bem-te-vi

aos portões sem tranca

que não se fecham mais

 

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