Pensamento

Atmosfera

Qual foi a parede construída para te dividir? Não digo ter erguido abismos à altura de ser insensível e dado fielmente a vãs convicções, senão, que fugi recluso e os ergui com força justamente para me manter afastado da insensibilidade, habitante dos pequenos lugares que juntos a outros crescem engrandecendo esse mundo pouco. Embora, também houvesse erguido abismos e construído paredes através de universos garimpados nas entrelinhas dos livros. Meu escudo protetor, além de extrair-me ‘DO MEU’ ao dar-me ‘AO DELE’.

Manifestação

Para que a “última” manifestação interior seja – ainda mais – verdadeiramente sentida, é preciso primeiro deixar-se ser parte essencial em algo que o faça. E sinto que, que o quê o faz, sejam também floreios evaporados através duma boa dose. Eu, que quando sou só nada, ainda persisto completo; preenchido. Completo, porém, sei que sou, quando dentro das estrelinhas derramadas nas luzes, e conhecendo isso, nada, porém, sinto não ser, pois me vejo sendo mais a cerca das minhas emoções alteradas; violentadas; desvirginadas; impuras; imprudentes; incertas.

Eu sempre corro

Corro, corro
Eu careço correr
Lanço-me neste chão
Minha armadura
Aos meus pés
Neste chão, nessa terra
Crio-me nas esquinas
Deste desconhecido
Vôo de mãos dadas
Com a minha solidão
Guio meus pés, meu corpo
Levo minhas angústias
Trago meus medos
Escondo minhas tristezas
Corro, corro
Eu careço correr
Da terra, da mata, do nada
E os seus meus
E nos seus breus
Lanço, corro, vou...
Vôo. Vôo alto, sem direção acertada
Ao meu lar, ao abismo nas estrelas

Oração a Cesar

Cubra-me
Cubra-me contigo
Faz-me sólido
Eu que peco aos meus
Os meus desacertos, os meus desmazelos
Acolha-me, acolha-me
Às suas feridas senhor
Desce sobre meu pecar
E me faz forte
Desce sobre minhas chagas e me faz vigoroso
Desce sobre mim
Minh’alma és completa para ti
Querido Deus
Permita-se em mim
Deixe-se em mim
Moras em mim
Quebranta minhas dores
Afoga minhas tristezas
Desfaz os meus males
Moras em mim
Faz-se em mim sua completude, seu amor, sua paz.

Libertem o Menino

Libertem o menino

Talvez seja possível libertar o menino sem ele se magoar.

Se a sua imaginação o levar onde ele precisa de estar, talvez ele consiga encontrar o lugar que lhe faz bem. O lugar que lhe permita sorrir e chorar, subir e descer.

Pouco a pouco talvez ele consiga percorrer o caminho e chegar cada vez mais alto até chegar à sua casa.

Essa casa chama-se vocação, vida, tristeza e felicidade…

MS

17:10

Melancolia

Melancolia

 

É muito lindo, o tilintar das folhas

É a sonoplastia nesse silêncio

Nesse vazio constante

São lindas, as nuvens e o céu

São o cenário para a queimada dos órgãos e ossos

É lindo observar os detalhes do mundo

Em meio ao caos interno, vê-se a beleza no externo

A reciprocidade não existe, ou você nunca deu o suficiente para receber de volta

Vontade nunca ficou tão afastada

Ainda é lindo o canto dos pássaros

Mas o amor corrói toda a sua alma

A natureza é sua sensibilidade

Folia que não para

Folia que não para

 

O coração tá disparado

Ele enlouquece, ele grita

Conta cada segundo pro perigo

Imagina um futuro pra cada resposta

O relógio não para

 

O coração tá disparado

E o medo surge de tudo

A contagem pro pesadelo nunca para

O pessimismo mancha cada sonho e desejo

E o relógio não para

 

O coração tá disparado de novo

E eu me pergunto: será que é o repetir que eu preciso?

Ou eu continuo lutando pelo sim?

O sim se torna utopia e o não segura o coração

Sobre ansiedade acho

Sobre ansiedade acho...

 

Esse texto começou pelo meio, nunca foi possível começar algo pelo início

Quando a caneta está posicionada na mão, a mente já está colocando o ponto final no capítulo

Mas não dá pra se organizar isso

É sempre muito barulho

Presa no silêncio, ela nunca para de funcionar, de criar, de pensar.

É a presença mais solitária estar consigo mesma

Ela grita e ela explode

Ela inventa uma nova vida

Ela esboça os personagens em pessoas que eu amo

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