Desabafo ao mar
Autor: Mónica Silva on Saturday, 6 June 2015Vagueando à deriva
Querer curar a ferida
Esta vida cheia de pressa
Vagueando à deriva
Querer curar a ferida
Esta vida cheia de pressa
serei poeta se rimar em mim próprio,
serei poeta se deixar livre o pensamento,
Quando encontrares um homem sem rumo
dá-lhe boleia,
pergunta antes o que poderás fazer
não lhe perguntes o que fará por ti
trata de arranjar alianças, não inimigos
Palavras ao vento..
Penso. Penso e vou repensando,
nestas palavras soltas,
que habitam o meu pensamento,
infeccionam as minhas ideias,
e me deixam tonta de tanto se multiplicarem.
São palavras que comandam o meu corpo.
Obrigam-me a permanecer inerte e acordade em noites escuras,
A pensar nelas, em ti, noutro alguém,
num destino próximo ou naquele que ainda vou ter
que aguardar.
Porque é que temos que pensar nelas?
Viver nesta constante, esperando
que a morte termine com esta espera.
Menino, meu rapaz, meu companheiro,
em cada foto minha
revejo-te sempre em mim
quando o passado é a voz rouca
e o futuro traz saudade
e além, naquela mesa velha,
vem senta-te aí
são as ervas e os licores
que nos haverão de aquecer
Para onde vão? Que procurais no tempo?
Se os rios correm para o mar
digam-me! Que forças são essas?
Lugares simples? Deixa lá neles o que puderes
a razão da pura das razões numa explicação
simples! Por nada ser eterno, por ser o tempo