Prosa Poética

Despedida

Inadaptada á vida,

sem regresso,

contida na dor da perda,

fundida na atenção do teu olhar

que nunca mais verei.

 

Cada letra pronuncia a tristeza,

D -  dor vazia

E- elegida

S -  sobre a

P -  perda

E -  entrelaçada e

D - dada com

I -  intensidade à

D - despedida

A - amarga.

Lamento que destrói sem reparo .

 

CRÔNICA POÉTICA

Leitura ajuda muito não só em matemática,
Mas em todas as disciplinas ela tem a sua tática.
É a vida ensinada nos livros de maneira prática,
Envolvendo conteúdos também da antártica,
É a educação do País,
Passando por um momento infeliz.

Onde ninguém mais se interessa a aprender,
Onde os professores estão cansados de ver.
Muitos alunos não fazendo tarefas e nem prova,
E nem respondendo questão que se aprova.
Onde as questões interpretativas,
E discursivas simplesmente não são respondidas.

Memórias

São feridas que fluem nas vogais,

minha boca recusa prenunciar-te,

minha língua não aprende a tua.

 

Afogam-me as memórias, talvez,

Repito-me no agora?

Talvez sempre ou talvez nunca.

 

Bebo o grito das Aves,

que abrem mais do que asas no espaço,

embriago-me na liberdade, onde

respiro o Tempo Puro,

que apaga as Memórias.

 

Gila Moreira 11/02/2014

 

 

Fúria

Sou a fúria que teme o principio,

a fissura azul tomada pelo ser,

a revolta marítima em altas ondulações,

foge e deixa o que tomas-te.

 

Se me chamas de despojada

antes de nascer o dia,

eu serei o segredo a fermentar

onde o Amor é Vapor.

 

No claustro do poema em fúria,

cavamos um poço de palavras

para beber o verbo da gramática

sem tempo e sem modo.

 

O Amor desdobra a força…

Mói a dor lentamente da fome infinita,

amo-te somente,

não há voz para isto.

 

Calam – se os ventos,

os voos extinguem-se,

os barcos afundam-se,

a respiração treme antes de aprender o cântico,

nada sobrevive e

O Amor desdobra a força da inércia do corpo.

 

Bebemos,

segredamos no murmúrio do vento ausente,

ferimos o Sol com fábulas de amantes perdidos,

Espera

Nesta atmosfera de carência espero-te,

na saudade,

no sopro de outro texto,

onde as línguas do mar sopram-me.

 

Na espera de hoje não morrerei,

amanhã talvez morrerei melhor,

uma mulher aprende o delírio,

no ventre semeias

e ela espera um filho.

 

Falaremos do tempo que nos espera

e tudo recomeça em outros ventos,

fosse o Sol o mar vermelho,

a Lua a espera,

Pages