Prosa Poética
Memórias
Autor: Gila Moreira on Tuesday, 11 February 2014São feridas que fluem nas vogais,
minha boca recusa prenunciar-te,
minha língua não aprende a tua.
Afogam-me as memórias, talvez,
Repito-me no agora?
Talvez sempre ou talvez nunca.
Bebo o grito das Aves,
que abrem mais do que asas no espaço,
embriago-me na liberdade, onde
respiro o Tempo Puro,
que apaga as Memórias.
Gila Moreira 11/02/2014
Fúria
Autor: Gila Moreira on Tuesday, 11 February 2014Sou a fúria que teme o principio,
a fissura azul tomada pelo ser,
a revolta marítima em altas ondulações,
foge e deixa o que tomas-te.
Se me chamas de despojada
antes de nascer o dia,
eu serei o segredo a fermentar
onde o Amor é Vapor.
No claustro do poema em fúria,
cavamos um poço de palavras
para beber o verbo da gramática
sem tempo e sem modo.
O Amor desdobra a força…
Autor: Gila Moreira on Tuesday, 11 February 2014Mói a dor lentamente da fome infinita,
amo-te somente,
não há voz para isto.
Calam – se os ventos,
os voos extinguem-se,
os barcos afundam-se,
a respiração treme antes de aprender o cântico,
nada sobrevive e
O Amor desdobra a força da inércia do corpo.
Bebemos,
segredamos no murmúrio do vento ausente,
ferimos o Sol com fábulas de amantes perdidos,
Somos o Mundo de floresta quente
Autor: Gila Moreira on Tuesday, 11 February 2014Espera
Autor: Gila Moreira on Tuesday, 11 February 2014Nesta atmosfera de carência espero-te,
na saudade,
no sopro de outro texto,
onde as línguas do mar sopram-me.
Na espera de hoje não morrerei,
amanhã talvez morrerei melhor,
uma mulher aprende o delírio,
no ventre semeias
e ela espera um filho.
Falaremos do tempo que nos espera
e tudo recomeça em outros ventos,
fosse o Sol o mar vermelho,
a Lua a espera,
Tua tormenta
Autor: Gila Moreira on Tuesday, 11 February 2014Tu
Autor: Gila Moreira on Tuesday, 11 February 2014Posso nascer e morrer na mesma noite,
mas tu nunca morrerás,
posso nascer e morrer na mesma fuga,
mas tu permanecerás sempre,
posso nascer e morrer na cega chama,
mas tu serás sempre a chama viva,
posso nascer e morrer no beijo sem bússola,
mas tu serás, hoje e amanhã o meu mapa,
posso nascer e morrer nos sentidos contrários,
mas tu serás o caminho único,
posso nascer e morrer em mim,
Sismos de silêncio
Autor: Gila Moreira on Tuesday, 11 February 2014O Amor é inquietude do silêncio
em pleno voo que diz: não adormeças nunca,
sou o Tempo Puro,
a certeza das moléculas de fogo vermelho
que correm mais dentro que o sangue.
Todos os meandros do fogo com seus
sismos de silêncio ensinam a florir,
até os dedos de água que passam no vácuo
banham – se no fogo.
Hoje Amor,
digo - te que a paixão são ondas efémeras,
sísmicas do silêncio,
Temperatura do Silêncio
Autor: Gila Moreira on Tuesday, 11 February 2014Temperatura do Silêncio
Sangro no beijo todo outro nada,
Outro tanto em nada é Tudo.
Somos vento em tempestade de corpos quentes,
onde o teu silêncio põe temperatura.
Sopramos desde do fundo ao sopro da montanha,
os rios quebram o seu curso de água e
novos símbolos de incêndio sangram nos lábios.
Sei que foges contra a noite para melhor dormir,
mas,