Metamorfoses
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 20 January 2022
Transformou-se o silêncio nesta metamorfose
de ecos incandescentes
Além cada vertiginosa palavra energiza
mil ilusões sempre tão prescientes
Prosa Poética
A Despedida
Autor: Reirazinho on Tuesday, 18 January 2022
‘’Meus olhos se fecharão como todos os olhos.
Cruzem-me as mãos.
Quero posar para a morte.
Mas não vos direi “mais luz”
Nem haverá êxtases, eu vos juro.
A paisagem infiel, lenta, confusa,
Será a cinza sem cor, sem cor.
Apenas a cinza sem cor.
Mas antes que venha o silêncio,
Trazei-me o intérprete.
Porque há o nada e o sempre.
Mas trazei-me o intérprete
Antes que venha o silêncio,
E antes que eu vá, como irei,
Sem vos contar o fim.’’ (Antônio P. de Medeiros)
Iblis
Autor: Reirazinho on Saturday, 15 January 2022Não me rebaixo a vós, sou a queda em ideia, não me curvo em tua opressão. Desobediência me goza nos pecados eternos. Não se enfureça contra teu filho, oh! Pai. Nosso jardim é magnificente: o cheiro doce das pétalas que fraga nossos pulmões, a gota d’água que desliza na bela árvore-da-vida. A firme terra que nos sustenta com a graça da natureza, carregando o peso de aguentar todas as formidáveis criaturas.
A Episteme da Rainha
Autor: Reirazinho on Wednesday, 12 January 2022E fez-se luz...
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 12 January 2022
E fez-se luz depois desta escuridão quase estridente e compulsiva
E a noite depois de despida acoitou-se no berço de uma palavra cativa
E o silêncio depois do silêncio jaz esquecido, estilhaçado e corrosivo
De viés para a solidão
Autor: Frederico De Castro on Monday, 10 January 2022
Em diagonal e quase de viés o tempo confina um
Oblíquo silêncio imaturo, desenfreado e tão inseguro
A luz ofuscada desata os nós a um breu fiel e maduro
De viés todos os segundos dominam uma hora prenhe e lasciva
Olhem como se esconde aquela escuridão intima e possessiva
Corações ao alto
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 6 January 2022
Em estilhaços o tempo esboroa-se
num lamento genuíno
À hora marcada a solidão fenece
vítima deste silêncio indigno
Indomável a escuridão grotesca explode
num eco esmagado e fidedigno
Numa pletórica palavra bate e rebate
Extra-sensorial
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 30 December 2021
Um silêncio extra sensorial flui nas pétalas do tempo marginal
Qual flâmula luzidia flameja casual, acidental…tão crucial
Já amadurecida a solidão plagia um intenso sussurro quase fatal
Este silêncio extra sensorial ausenta-se num lamento tão factual
Nutre a derme de minh’alma derramada num harmónico desejo viral
Indulgente luminescência
Autor: Frederico De Castro on Tuesday, 28 December 2021
Resvala pelo silêncio a manhã tão meiga,tão carente,tão estética
Qual maná caindo dos céus sua luz flutua comovida e antipirética
Febrilmente cada hora desagua à beira da maresia tão profética
