Prosa Poética

Noite de Inferno

 

Bebi um grande gole de veneno. - Três vezes bem-dito o conselho

que até mim chegou! Abrasam-se-me as entranhas. A violência do

veneno convulsiona-me os membros, desfigura-me, atira-me ao solo.

Morro de sede, sufoco, não posso gritar. É o inferno, a condenação

GÊNIO

 

Ele é o afeto e o presente pois abriu a mansão ao inverno espumante e ao

rumor do verão, ele que purificou a bebida e os alimentos, ele que é o charme

dos lugares em fuga e a delícia super-humana das estações. Ele é afeto e o

futuro, a força e o amor que nós, pisando sobre ódios e tédios, vemos passar

DEMOCRACIA

 

“A bandeira se agita na paisagem imunda, e nossa gíria abafa os tambores.

“Nos centros, alimentaremos a mais cínica prostituição. Massacraremos as

revoltas lógicas.

“Em países dóceis e picantes! — a serviço das mais monstruosas explorações

DEVOÇÃO

 

Para minha irmã Louise Vanaen de Voringhem: — Sua boina azul voltada

para o mar do Norte. — Para os náufragos.

Para minha irmã Léonie Aubois d'Ashby. Bah! — a erva do verão barulhenta e

fétida. — Para a febre de mães e filhos.

H

 

Todas as monstruosidades violentam os gestos atrozes de Hortênsia. Sua

solidão é erótica mecânica, sua lassidão, dinâmica amorosa. Sob a vigilância

de uma infância, ela tem sido, no verão de numerosas épocas, a higiene

ardente das raças. Sua porta está aberta à miséria. Lá, a moralidade desses

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