Prosa Poética

Fecho a porta, e sonho

Fecho a porta.
No meio deste cubículo,
Sonho.
Sonhar é melhor que viver…
Não – que incoerência!
Sonhar também é viver,
A única forma de viver que conheço,
A única forma como sei viver.
 
Então no meio do cubículo
Permaneço.
Fito as figuras de mim
Serem quem sonham ser.
Fito-as, e só eu as posso ver.
Ninguém que aqui entrasse
As conseguiria ver,

ESTOU CARENTE… DE TI!

Na imensidão do vazio da minha cama, perco-me em monólogos mentais com a minha almofada de dormir.

Agarro-me afincadamente a ela, como se ela fosse tu próprio. Procuro-lhe réstias do teu cheiro. Suspiro, choro, sufoco-a, como que sugando-lhe o que resta de TI.

Consegues perceber o quanto sinto a tua ausência, quando não estás?

Fazes-me falta nos pequenos nadas: no beijo de “boa noite!”; no “bom dia” do acordar; na voz mimalha de um “dormiste-bem-meu-amor?”; ou de um “estás linda, como sempre. Amo-te!”; no abraço urgente, bem apertadinho, só porque me apetece.

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