Saudade

ENCONTRO DOS ANTIGOS ALUNOS DA ESCOLA APOSTÓLICA DE CRISTO REI EM GOUVEIA

ENCONTRO DOS ANTIGOS ALUNOS DA ESCOLA APOSTÓLICA DE CRISTO REI EM GOUVEIA

No último sábado do mês de Junho, todos os anos acontece na mesma data em Gouveia, deu-se o Encontro dos Amigos Alunos da Escola Apostólica de Cristo Rei.

Num Encontro bem organizado, disciplinado, aberto e com total clareza, realçou-se a amizade, o timbre desta Associação que os elementos aprenderam nos anos de frequência desta Escola Apostólica.

O Carlos e os Pombos

O Carlos e os Pombos

Desço ao piso -1 e entro no quatro 1 do Hospital da Universidade de Coimbra.

Toco suavemente nos pés do meu amigo Carlos. Ele acorda repentinamente, levanta o tronco e num ato reflexo olha para mim e fica em alerta vermelho! digo-lhe sorrindo:

- A Guerra de Angola já acabou não estás a ver o inimigo, se eu fosse o inimigo já estavas a falar com o São Pedro.

– Nem me lembres disso.

Rimos.

(4) Voando sobre um ninho de fadas

Domingo dia 24 de junho de 2018

Volto a acordar cansado, não me apetece desfazer a barba, depois do banho tomo o pequeno almoço e isolo-me na sala das atividades.

Falo comigo.

Sonhei com o meu Pai e com as caçadas que fazíamos nos campos do mondego, raramente caçávamos qualquer animal, conversávamos e caminhávamos nos restolhos dos arrozais.

A CASA E A MINHA AVÓ

A CASA E A MINHA AVÓ

ANTÓNIO ALVES FERNANDES·SÁBADO, 23 DE JUNHO DE 2018

Todos os seres humanos têm duas avós e dois avôs, maternos e paternos. Pessoalmente só conheci a minha avó paterna, Maria Luísa Fernandes, as outras faleceram antes de eu nascer.

A casa da minha avó ficava na Bismula (Sabugal), junto ao Largo da Ladeira, hoje Rua da Procissão. Nas proximidades, outros habitantes, “as bichas”.

A MINHA ALMA

A minha alma sangra de dor
Como as rosas do meu jardim
Que perfumam o meu coração.
 
Belas rosas desfolhadas de mim
Estrelas cintilantes que perfumam 
Todas as sombras que me rodeiam.
 
No leito onde se deita o feroz lobo
Para sangrar o jasmim da minha alma
De asas partidas num luar de penas.
 
Sem rastros, sem braços para o alcançar
Pela andorinha que tenta fugir à noitinha

AMO O DIA

 
 
Amo o dia, odeio a noite
Sigo as sombras que me cercam
Neste desespero que me consome
Quando desço os sublimes montes
Porque o meu seio é de vazias ilusões
Do meu manto escuro na serra
Nas plantas que planto nos areais extensos
De finos espinhos que me rasgam os pés
Sarcasmo feitos de escárnios em desventuras
Névoas entre a serra de suave neblina
Que a minha alma cansa só de olhar

Em memória do meu amigo Carlos Freitas (Carlão)

O meu amigo Carlos fechou os olhos no Domingo (03/06/2018).

Lutou até ao fim, no Sábado quando o fui visitar ao hospital para me poupar, disse - “Vai Miguel eu fico bem, estou em Paz”.

Conheci-o em novembro durante um internamento no Hospital da Universidade de Coimbra. A Doença do Carlos era incurável, incomparavelmente mais grave do que a minha, mas quem me dava força era ele.

Simplicidade

Simplicidade

 

 

Que possa ter de alma

A sensibilidade de sentir na face

Ventos que driblam montanhas

Embala se no vale

Enchendo os pulmões de esperança

Neste momento único

Não há lembrança de saudade

Uma parcial da vida feito de escolha

Entre tantos outros meios

Simplicidade

Das pedras posso ver livremente

Vapor

 Escolho a felicidade

Brisa fresca

Alegra se coração, aquece o amor.

Juntos e ao mesmo tempo é bom ver-te

Mesmo para um coração denodo

A minha Avó

A minha avó coze a broa, vejo os seus olhos azuis, na velha cozinha a solidão acalma o tempo.

A pereira do quintal tem peras doces, como doce é o seu olhar, em cima da mesa uma velha tesoura e as minhas calças por acabar.

Vestida de preto a minha avó trás na lembrança os olhos verdes do meu avô.

Sonho com ela, com a velha cozinha e o seu rosto ainda está nas minhas mãos.

 

MS

15:16

14/05/2018

Mulheres Vestidas de Preto (2)

Mulheres Vestidas de Preto (2)

Os homens da minha aldeia morrem cedo, as suas mulheres vestem-se de preto, é uma fatalidade que aceitam com sofrimento e serenidade, com coragem… Sempre assim foi.

As mulheres vestidas de preto olham o futuro com determinação e transformam o presente. Trabalham descalças no verão, cultivam, regam, lavam, cozinham, abraçam os filhos, choram…

Quando caminham para o campo sorriem. Vivem as emoções certas nos momentos certos, têm as palavras certas para dar às pessoas certas, têm a alma aberta e o coração fechado…

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