Saudade

Gotas De Orvalhos

Gotas de orvalhos

Do sereno que na noite caiu

Gotas de orvalhos, Gotas de orvalhos.

Apareceu quando o amanhã surgiu

 

Atrás do monte o sol começa aparecer

Nesta manha estou pensando em você

Você que foi o sol da minha vida

Foi minha estrela colorida

Foi minha razão de viver

 

Gotas de orvalhos, Gotas de orvalhos.

Do sereno que na noite caiu

Gotas de orvalhos, Gotas de orvalhos.

Apareceu quando o amanhã surgiu

 

Mas o tempo depressa passou

Um dia perdi o seu amor

Eu-menino e a Romã

Na casa pra alugar tem um pé de romã,
Ou uma romãzeira, como bem queiram,
— carregada e nenhuma apanhada.
Fico entre pular o murinho de nada,
Ou acabar de caminhar pro ginásio.
Aula, professor chato ou uma romã?
Ontem à noite eu já ficara de castigo
Por ter esmagado o dedo mindinho
No meu veloz carrinho de rolimã.
Pensando bem, hoje não tem prova,
E aquele professor é muito prosa.
O que mais vale, uma romã roubada,
Que com certeza será a minha glória,
Ou ir, esperar o recreio e jogar bola?
Decidi chegar atrasado e com a romã,

Ranchinho De Sapé

Tapera velha ranchinho Lá do sertão

Que toca o meu coração

Quando me lembro de que por La eu vivi

Hoje a saudade me devora

Não sei por que deixei tudo e fui embora

Hoje já não sou feliz vivendo aqui

 

Tapera velha ranchinho Lá do sertão

Aonde vivi com meus pais e meus irmãos

Deixei tudo e vim morar na cidade

Trabalhava duro enfrentando o sol quente

Tudo ficou guardado na minha mente

Hoje o que restou foi somente a saudade

 

Pela manhã levantava bem cedinho

Havia orvalho pelo caminho

Saudade

Ainda não a entendi bem

Não sei o que descreve

Nem aquilo que quer dizer

Apenas que a sinto,

Talvez no coração ou fora dele

Ou talvez em lugar nenhum

Mas certamente na ausência

Das memórias coloridas da minha infância,

Da brisa leve e refrescante que toca o meu rosto,

Do silêncio taciturno que ronda a minha alma,

Do luar melancólico e exuberante que transborda do céu,

Dos suaves e crepitantes sons das cordas de um violino,

Recordações

Levantei-me suavemente,

Quase sem dar por mim iniciei a minha jornada

Com os pés assentes na terra e o olhar pregado no céu

Caminhei sentindo a brisa por entre os meus cabelos

E os raios de sol a beijarem a minha pele

Olhei de novo à minha volta

E vi a vida a florir

Ouvi o riso das crianças

As lamentações dos perdidos nas encruzilhadas

E até as saudações dos altivos,

Senti a nostalgia no rosto carcomido dos velhinhos

A fragrância perfumada das folhas de Outono

Apenas palavras soltas

Palavras soltas

Ideias loucas, vãs e carregadas de memórias

Memórias de tempos já idos e jamais reencontrados

Olhando serenamente, sentindo-me cristalizar

No quadro ceifado pelas mãos da minha filha

Revejo o olhar cansado e amargo

Do tempo em mim nunca perdido.

Noite molhada,

Céu ensombrado de tempestade e revolto em águas mil

Noite apenas sentida e não vivida

Peço-te a benção, Terra Mãe

Neste Natal esquecido nas brumas da memória

E vivido eternamente pelo meu ser

Pages