Soneto

CORAÇÃO DE PUTA

CORAÇÃO DE PUTA

“terra que ninguém vai”

 

Autor: Raimundo A. Corado.

Barreiras, 08 de dezembro de 2012.

 

Coração de quenga é terreno vil;

Que outrora ninguém preparava;

Cadê a tua prostituta? Já sumiu?

Se você dela nunca se separava?

 

Por certo com outro bígamo saiu;

Coisa que você nunca esperava;

E o corno cego, finge que não viu;

Que a vagabunda, outro transava?

 

Cadê ela, que nem liga para você?

Está furunfando ao seu bel prazer;

CULTURA

CULTURA

-a semeadura da sobrevivência-

 

Autor: Raimundo A. Corado

Barreiras, 27 de outubro de 2012.

 

É muito ampla a definição de cultura

Depende de qual cultura a gente fala

De como à cultura sabermos regá-la;

Como saber, a época da semeadura.

 

Existem as culturas de difícil colheita;

Por serem semeadas com o coração;

Onde semeadores são todos irmãos;

E não existe na terra, pessoa perfeita.

 

Bom exemplo a fértil semente da paz;

Escassa, quase não se semeia mais;

CARRO DE BOI

CARRO DE BOI

-a composição do transporte-

 

Autor: Raimundo A. Corado

Barreiras, 21 de outubro de 2014

 

Suas rodas já quase quadradas;

                  O eixo gasto por demorado uso;

                  Suas brochas deveras folgadas;

                  O transporte caindo em desuso.

 

BOCA QUE QUERO BEIJAR

 

“BOCA QUE QUERO BEIJAR”

--símbolo do romantismo oscular-

Autor: Raimundo A. Corado.

Barreiras, 09 de novembro de 2016.

 

Boca que um dia eu a já beijei;

Boca que um dia sorriu de mim;

Boca de cuja dona eu distratei;

Boca que aspiro mesmo assim.

 

Boca alvo é, dos meus desejos;

AZEDUME

AZEDUME

-o ilusório “aroma” do bebum-

 

Autor: Raimundo A. Corado.

Barreiras, 26 de agosto de 2017.

 

Pessoas que vivem “autoenganando”;

Vivendo as múltiplas personalidades;

E o emocional vive sempre oscilando;

Sob luz tênue e negra da obscuridade.

 

A luz que fita, uma penumbra ilusória;

Opaca, sem brilho e pouca claridade;

Há uma venda que obstrui a memória;

Suas vis mentiras coiceiam a verdade.

 

É um corpo vivo numa alma de finado;

AMOR DE UMA MULHER DOENTE

AMOR DE UMA MULHER DOENTE

-o amor quando alojado no coração, “cura quaisquer males”-

 

Autor: Raimundo Augusto Corado

Barreiras, 17 de novembro de 2016.

 

 

Tudo é amor para a pessoa apaixonada;

Vive a fantasia dos beijos e dos abraços;

Deita-se sozinha, sentindo-se acariciada;

Sonha estar em aconchegantes amaços.

Com todos seus fardos e seus segredos;

A CARTA DA CASTA

A CARTA DA CASTA

-sua casta, na carta é descartada-

 

Autor: Raimundo A. Corado.

Barreiras, 03 de outubro de 2017.

 

    

Dizes revestida de castidade;

Apartada diz ser da vingança;

Gabas d’uma casta qualidade;

De coração dizes ser mansa.

 

Vendada está a honestidade;

É passo falso que se avança;

Não é pura esta tua castidade;

Falta-lhe um tom de tolerância.

 

Reflita bem sobre tuas feridas;

Inventarie já, sua própria vida;

ALIENAÇÃO PARENTAL

ALIENAÇÃO PARENTAL

- disputa a dois que compromete o terceiro –

 

Autor: Raimundo A. Corado

Barreiras, 17 de maio de 2017.

 

O namoro está perdendo a vez;

Dando lugar para fúteis ficadas;

E noivados estão em escassez;

Preferem viver juntas a casadas.

 

Juntos, conviventes ou casadas;

Virou competição pró consorcio;

Vivem-se por pouca temporada;

Apartam-se ou pedem o divórcio.

 

Homens e mulheres vulneráveis;

Que deixam os filhos frustráveis;

A CANETA DA ALMA

A CANETA DA ALMA

-a pena que delineia o amor-

 

Autor: Raimundo A. Corado.

Barreiras, 03 de outubro de 2017.

 

Amor é gesto que a alma descreve;

Diante de tudo que fizemos um dia;

É a palavra que sua caneta escreve;

Sua letra é abstrata, ninguém copia.

 

O coração dita o que a alma escreve;

O poeta converte em simples poesia;

Interpretando a alma com sua verve;

Dando ao triste o leve tom de alegria.

 

Cada alma tem um jeito de escrever;

A FIGURA DO VAQUEIRO

A FIGURA DO VAQUEIRO

-a escacez da função e seus arreios-

 

Autor: Raimundo A. Corado

Barreiras, 28 de agosto de 2016.

 

O vaqueiro é semi-extinta profissão;

Os arreios muito pouco a gente vê;

Aqueles nascidos na última geração;

Só saberão disse, se ouvirem dizer.

 

Cadê a Polda, a potranca saltadeira;

Sob açoite do vaqueiro amansador?

Usando uma afiada espora furadeira;

A bride, chicote feito de reio batedor.

 

Arreios de campo há tempo já sumiu;

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