Soneto

Pôr-do-sol

            Pôr-do-sol

 

Mil diamantes sobre a água a cintilar!

Tremeluzem entre barcos a navegar.

A brisa vem do mar a sussurrar,

Diz-me um segredo: __ o sol vai naufragar !

 

Meus olhos não se cansam de admirar

Vagas loucas, que não param de quebrar.

Soltam espuma e um forte marulhar

E lá longe, meu sol está-se a afundar !

 

 Gaivotas vão rasgando o rude vento

Num bailado tremelitante e lento

Sobre o vasto oceano, agora em fogo.

 

Momento de magia culminou

Pôr-do-sol

            Pôr-do-sol

 

Mil diamantes sobre a água a cintilar!

Tremeluzem entre barcos a navegar.

A brisa vem do mar a sussurrar,

Diz-me um segredo: __ o sol vai naufragar !

 

Meus olhos não se cansam de admirar

Vagas loucas, que não param de quebrar.

Soltam espuma e um forte marulhar

E lá longe, meu sol está-se a afundar !

 

 Gaivotas vão rasgando o rude vento

Num bailado tremelitante e lento

Sobre o vasto oceano, agora em fogo.

 

Momento de magia culminou

PSICOSE

Astucioso e desvairado, talvez seja eu assim,

Em minha audácia tresloucada sigo em frente

Driblando orgulhos em busca da sutil semente

Que germinada será fruto do que vejo em mim.

 

Perambulo tonto sobre a esquizofrenia laica

Torneando desejos que parecem mentecaptos,

Em linha reta os vejo livres, então os rapto

E os prendo entre estribilhos de minha mágica.

 

Pareço néscio? Não! São atributos de vanguarda

Que tento entronizar e a eles dou minha farda

A fim de que sejam os anfitriões do meu castelo...

LAUDA POÉTICA

Posso despir as palavras e rasgar suas vestes,

Deixar que o conteúdo semântico cause taquicardia,

Fantasia é universo deveras indispensável à poesia...

Sem ela,  quem escreve não é poeta, é herege!

 

Versejar é criatividade, a imaginação alimenta o texto,

Na tessitura do vocábulo amplia-se o tear linguístico,

A sensibilidade atua como matriz do senso estilístico

Que roga ao campo ideológico ineditismo sem incesto!

 

Intimidade com a linguagem é recurso que o artista

Terror

Ontem, voltamos a ver a morte a acontecer. Desta vez em Paris.

 

                      Terror

Da cidade da luz, eternizada,

Chega a morte, perpetrada em surdina,

Por um poder nefasto que domina,

Através de violência sem medida.

 

Treme a liberdade, de alma ferida.

Ronda uma negra sombra que a mina.

O medo já espreita em cada esquina

Porque a morte paira, desimpedida.

 

E mata-se, sem piedade, friamente.

E em nome da paz e de um falso deus, 

O sangue vai correndo, livremente.

 

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