Soneto

Poesia

        Poesia

Abeirou-se de mim, inda tremente

Como sol matinal quando me acorda,

A poesia ! Palavra mais fecunda ,

Que uniu a voz a este pensamento.

 

Poesia ! Palavra do que se sente !

Sentir mais fundo! De alma elevada,

Emoção... Amor...fantasia alada !

Devaneio !... Pra que alma se liberte !

 

Nasceu-me esta vontade de dizer.

Às vezes, em tom dorido, a gemer,

Como harpa que cantando está a chorar.

 

Estes versos que escrevo...a vacilar,

Hão-de ser lidos à luz do luar !!!

Sonetinho de Desamor

 Era um jardim tão bonito

Apesar de uma única espécie.

Todas as manhãs coloria

Exalando perfume, em alma agreste.

 

A florada era tão bela

O homem conseguia ver

 Debruçado em sua janela.

 

Flores e frutos maduros

E a natureza singela,

Se desnudava, tão ela!

 

Mas o homem impiedoso

Não se conteve com uma única cor.

Destruindo seu jardim,

Ficou sem nenhuma flor!

Ancestralidade-Mulher

                 Ancestralidae-Mulher

 

Vem de longe, Mulher, a tua história!

Da alvorada do tempo, em expansão.

Entre feras e medo e ramaria,

Foste fêmea e mãe, na escravidão!

 

Sob malvada e besta tirania

E a coragem ocultada em mansidão,

Ousaste Mulher! Com sabedoria.

Sobreviveste  pela força da razão !

 

Hoje, a tua voz inda é calada

Por forças obscuras, de olhar de breu.

Tua vida, comandada, aprisionada...

 

Desse tempo ancestral, dessa alvorada,

Girou o sol e a terra engrandeceu !

Só a mente d' alguns ficou parada !

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