Ritual
Autor: Milena Dias on Wednesday, 10 December 2014
de ti só guardei o cheiro a rosas
a imagem de alguém corajoso
as tuas formas tão airosas
de quem sempre era amoroso
triste vida a minha
Poesia
Abeirou-se de mim, inda tremente
Como sol matinal quando me acorda,
A poesia ! Palavra mais fecunda ,
Que uniu a voz a este pensamento.
Poesia ! Palavra do que se sente !
Sentir mais fundo! De alma elevada,
Emoção... Amor...fantasia alada !
Devaneio !... Pra que alma se liberte !
Nasceu-me esta vontade de dizer.
Às vezes, em tom dorido, a gemer,
Como harpa que cantando está a chorar.
Estes versos que escrevo...a vacilar,
Hão-de ser lidos à luz do luar !!!
a saudade que o vento traz até mim
Dói-me a alma, dói-me a vida,
Nesta luta que já não ganho;
A minha desventura é de tal tamanho,
Que nem a dormir ela me olvida;
Dia a dia é por ela acrescida,
A infausta rede em que me emaranho;
E se alguma ventura, enfim, apanho,
Logo a malvada, cruel trucida;
Lição do meu aprendiz
Era um jardim tão bonito
Apesar de uma única espécie.
Todas as manhãs coloria
Exalando perfume, em alma agreste.
A florada era tão bela
O homem conseguia ver
Debruçado em sua janela.
Flores e frutos maduros
E a natureza singela,
Se desnudava, tão ela!
Mas o homem impiedoso
Não se conteve com uma única cor.
Destruindo seu jardim,
Ficou sem nenhuma flor!
Resgate