Soneto

SAUDADES

SAUDADES !!!

Saudade me atordoa, tira-me o sono.
Minha cama viaja num voo solitário
Provoca meu corpo entre os lençóis
E abraça meu travesseiro sedentário

Olho o tempo sem espaço para nós
Entristeço-me pelo abandono sofrido
Meu coração cansado e desfalecido
Isolou-se neste estupefato interdito

Há quanto tempo não te tenho!
Meu corpo inerte, já sem equilíbrio.
Despenca neste precipício abusivo

PRAZER

PRAZER

Esta voz que chega devagar
Para me atentar , me enlouquecer
De mansinho chegam aos meus ouvidos
Diz coisas que me deixam em perigo

Sem forças me entrego ao seu abrigo
Fecho os olhos ,me deleito com seu riso
Amor bendito que me deixa sem sentido
Espairece minha mente neste paraíso.

Nossas vestes se espalham pelo chão
Nossos corpos se entregam ao prazer
Bendizendo gosto doce,em nosso amanhecer.

CRUZ

CRUZ

Cruz que carrego em minhas navegações
Atordoam meus neurônios, exaustam-me.
São fatos que a vida me deu de presente
Despejou em meu ser este sofrido aposento

Solidão me maltrata nesta conjunção errada
Tira de mim o abraço do amor desejado
Coroa minha cabeça num presente tão amargo
Deitam-me em leito por mim renegado

Cruz dos meus dias vividos, rastejados.
Uma bola de neve sem contagem regressiva
Que dançam sobre o vento num ardor tão passivo

ATITUDES

ATITUDES

Nem um rumo se toma sem atitudes
As ruas são retas, sem esquinas da vida
Os morros esquentam a cada subida
E as descidas são apedrejadas pelo vento

Sem sentido não se vai a lugar algum
Sem coragem o mundo te rejeita
Os bêbados caem pela falta do existir
Os sóbrios alargam-se pela vontade de subir

As flores exalam perfumes quando cuidadas
Despertam atenções sem distinções
Um bem querer com muita vontade de sobreviver.

Felicidade

                  Felicidade

 

Se há um sol em cada dia p'la manhã;

Se ergo os olhos e o vejo a brilhar;

Se há flores no jardim a despontar;

Como ouso ficar triste p'la manhã!?

 

Se há um meigo olhar que m'acarinha;

Um sorriso franco p'ra  me animar;

Se há aves no ar a chilrear;

Como ouso ficar triste p'la manhã!?

 

Há aroma a flores, a bica de água;

O céu, a maresia, a luz da lua

E a< flor mais bela> que vi nascer!

 

Há o mar azul, a chuva, o verão;

ESSE AMOR

esse amor, que um dia se julgou meu
não foi mais do que o sonho de uma noite
alguém que por entre a bruma desapareceu
carregando muita desenvoltura e afoite

 

implorando por atenção na vida me apareceu
envolto no mistério da sua capa de paixão
atacou quando a noite em mim escureceu
partiu antes do dia amanhecer, deixando a ilusão

 

Vem

Vem nas garras do vento
Pousar no meu coração
Abraça-o sem intenção...
Beija-o com alento!

Vem no calor do relento
Apagar minha alucinação
E rebolar sobre dunas de emoção
Em meu corpo sumarento!

Vem nas noites luzidias
Sussurrar em meus ouvidos
Com brandos gemidos...

Nas estrelas vadias
E nos prazeres possuídos...
Vem,...arrancar meus vestidos!

Noite sem luar

Noite sem luar

 

Noite ! Abeirou-se solenemente

Trazida pela mão da escuridão.

Pousou a negritude firmemente,

Trazendo a tristeza da <Paixão >.

 

Aninhou-se sobre a terra, inclemente,

Lançando um negro véu de opressão !

Sob o silêncio ermo , inocente,

Se esconde desamor e solidão !

 

Nem astros...nem luz...a riscar o espaço

Mergulhados nesse manto de breu,

Manto sombrio que engoliu o céu !

 

Noite cega, sem luar ,negro intenso !

 Lugubridade que a terra cobriu

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