Surrealista

Alice

Alice

 

Doze anos depois voltei ao cemitério onde foi sepultada minha genitora. Estava na Cidade a passeio, então resolvi ir fazer uma visita. Ao entrar, não achei o local exato do sepulcro, fiquei andando em círculos a procura. Assim que entrei, vi uma garotinha, talvez 9 ou 10 anos de pé, cabeça baixa olhando para um túmulo, como se estivesse rezando. Quando passei bem perto dela senti um arrepio em toda minha coluna. Não dei importância e segui a procura do lugar onde estava o túmulo da minha genitora.

 

A Queda Setentrional

Tão forte a vida que foge à luta;

O labor da culpa e pena.

Morro abaixo é outra sina,

Entre estrangeiros, aprecie a escuta.

 

Quem de nós irá descer

Deste mundo onde

Tudo a ver é tudo a perder?

A liberdade se esconde

No cômodo saber.

 

O corpo varonil: Velo.

Para que a rosa -

Decifra-me ou devora-me....

Decifra-me Fonte,
ensina-me a diluir-me nesta onda 
onde a força cósmica
  permite imaginar tudo que  sou.

Decifra-me ou devora-me,
conduz-me e lança-me neste abismo sem fim,
gozo continuo  sem respostas.

Cativa-me,
torna-me completamente enlouquecida,
 incompreendida por aqueles que não sabem voar,
 não sabem amar, não se permitem sentir.

Faz-me ser assim, 
completamente sem projetos, 
sem tormentos,
sem solução.

Uma incógnita, 
 louca, lançada no mundo

Isqreva sertu

Isqreva sertu

Iscrever serto pur quê ? Intendu tudo erado mermo.

Agora falando sério. Escrever é uma ótima terapia, não conheço nada melhor, criar uma estória, um personagem, um cenário, um diálogo, uma história. Dar vida e criar uma situação inusitada do cotidiano, criar um enredo, inventar a vida do nada. Não tem comparação.

Charles Silva – ou – xarles siuva

" No peito - A Luz "

No peito – “a luz”
Vindo das conchas brancas; a chave dos sorrisos para o peito, e o rigoroso perder da nostalgia, para um despertar ínfimo de brancos soltos na boca!
O timbre do piano que descia na noite, e o pano do silêncio em quanto que tirar as linhas ovais do pensamento. Seria como trazer o mel da jovialidade ao nosso encontro; um amadurecer diurno!
Falei com uma onda do mar...

" Espaço de - instante - "

Espaço de instante
Um solstício de segundo virava assim uma página
De um qualquer rigor, amontoando o livro do
Pêndulo da destreza ou para sim ou para não!
A concavidade do momento…
Física da incerteza ou feixe de luz com atraso
De acontecimento; o bónus da felicidade instala-se
No balcão de espera, mesmo ainda que a solução
Nunca esteja no horizonte.
- O pernoitar dos lábios citrinos numa folha, de
Canela espalmada no Outono dos que um dia
Acordarão no nascer do sol – pela noite; pelo ser…
Um dia na água

"Laços de fogo" - na agua..."

“LAÇOS DE FOGO”

 

 

Água na água

 

Atirava se uma corda

Solúvel de tempos em tempos

Para o meio

De todas as gotas do ar…

 

Antes de ser esperança

Um rosto de madrugada silenciosa

Envolvia todos aqueles

Que dormitavam

Na sonora e fatídica corrente

De seres petrificados no pecado…

 

O peito

No peito

E

Um toque sincero

De revalidar o que nunca ninguém

Escutou na jovialidade

" Nefasto e - "oblicuo

“Nefasto e – obliquo -”
Numa estaca de ferro, assim estava deitado o olhar vermelho de um deus com cravos e mantas de gritos a resvalar no silêncio de uma pintura surrealista e contemporânea!
No ventre, uma boca centrífuga e nada mais se poderia designar sem que chama-se; o “Orfeu” e se despissem as palavras nas catapultas da igualdade…
Pétalas de íris e a sombra do sol em sua raiz, quando a eternidade foi levada pelo assobio da serpente, e o povo queimou o manuscrito da nascença de todas as fêmeas, ainda que lindas; só ficaram; as bestas!

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