Tristeza

Cidade Estragada

Vire à direita para uma ignorância perfeita.
Coma os dejetos da tua cidade
Estragada pelos agrotóxicos...
Implore para que os dejetos não te estraguem alguma parte do corpo,
Implore uma quantia miserável no final do teu mês de morto.
Sangre na fila e espere envelhecer nas migalhas desse pedacinho
Com as coronarianas entupidas de gordura, falecendo de mansinho 
Qual a possibilidade de tu seres um possuidor?!
Morra do coração aos trinta anos da tua idade mal conservada.

Amarga vitória

Um fracasso

Interminável.

Temo-o e adormeço,

Tranquila.

Pouco sei, ultrapassa-me

Todo o saber apesar de o querer

No ínfimo ser que sou.

Diria-o meu Cabo das Tormentas

Nos dias que menos maus

Terminam ainda de dia.

E vou crendo 

Na ignorância sumida.

 

Tanto quanto o cego querer

Abrir os olhos e ver. E chorar,

Chorar porque é a hora!

Nunca te tive.

O que farei eu com a saudade que trago?

- Envio-te.

Peguei na saudade e coloquei-a numa caixa tão funda como profunda é a minha dor. 

Lá dentro larguei as memórias, as lembranças.

Que malditas lembranças!

Embrulhei em lágrimas tudo o que podia. 

Mas eu nada podia.

Nunca pude. 

Porque eu nunca te tive. 

E a saudade?

Ela ficou. 

Desfez-se com o tempo o embrulho perfeito que nunca chegou a ser nada. 

Apenas memórias, 

Lembranças esquecidas por ti.

Saudade que trago dentro de mim.

Pages