Tristeza

NO PEDESTAL DA TRISTEZA

O corpo já cansado
De tanta incerteza
De tanta inquietação…
Jaz ferido…
No pedestal da tristeza
Despojado de beleza
Onde impera a frustração.
 
Nas margens deste rio triste...
Onde as águas pestilentas
Infestam o seu caudal...
O meu coração vagueia
Nesta desconcertante teia
Nesta dor descomunal.
 
Há um vazio que se instala
Um grito que então se cala

Eu !

Nada mais que Eu !
Eu ! O verso da guerra !
Escrito com sangue meu,
Que mancha esta terra;
Tenho Sião sem véu,
Caminhando livre nesta masmorra;
Nada Eu, sou por acaso,
Não chamem meu fôlego de poeta
Só Eu ! Quase chulo e proxoneta
Das letras, versos e caneta
O Elegiado que deixou Cacuso !

António Vicente Aposiopese

Há dores

Há dores que vejo,
Atordoar meu coração;
Embora almejo,
Ter toda compressão
Tenho e nunca planejo
Está terna escuridão;
Há dores que é minha;
Mesmo na alma vizinha.

Há dores que ouço,
Muito alto cantando;
Em todo nosso,
Mágoa espalhando.
Há dores no vosso;
Coração, e eu sentindo.
Há dor que nos deixa assim;
Mas todas terá um fim

António Vicente Aposiopese

Elegiados

Anos de terna idade

I. Anos de terna idade,
apagado foi da memória;
até Joaquim Mateus sem maldade,
também sobrou-lhe a fúria;
não vieram à cidade,
o luto e tamanha penúria;
das aldeias todos levados foram,
mesmo sabendo que nada fizeram.

Grito das minas

II. Devastado Cacuso foi,
sobrando-lhe apenas ruínas;
nem os seus verdes vistos foi,
após o grito das minas;
arrancado do berço á alma dói,
ditando a dor as sinas;
como se fosse arrancado o coração,
ao peito e colocado na mão.

VOU EMBORA

                                        VOU EMBORA

Alô! Pessoal!

                             Vou falar de um assunto pessoal...

                        Vou embora, não dá mais pra ficar...

                              Com a solidão à maltratar.

                  Vou sem saber onde ir, só sei que vou partir!

Duas peças de roupas é o suficiente, pra enfrentar o sol quente!

     Não sei onde vou parar, porque também não pretendo voltar!

               Se é assim o meu viver... É melhor morrer!

QUANDO ESTIVERES TRISTES

                                QUANDO ESTIVERES TRISTES

Quando estiveres tristes, olha para o Céu e pede ajuda.

  Quando estiveres alegres, olha para o Céu e agradece.

Lembra de quantas nações, povos, gente que padece!

Gente que náo sabe, por onde começar!

É tristeza, é só chorar! Lembre disso, talvez podes ajudar!

 

Autora: Madalena Cordeiro

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