Tristeza

Homem também chora

Sabe aquele homem?
O pobre, aquele que ninguém ligava nem mesmo seu irmão...
Pois é, sua mãe morreu(o amigo exclamou), olhando para seu rosto pude ver uma tristeza calada, onde o silêncio o devorava de dentro para fora, destruindo cada vez mais rápido, pois a tristeza o consumia, mas ao mesmo tempo lento, pois a dor não passava...
Tratado por sua familia como um desconhecido, perguntaram-lhe ao seu

A minha perpétua dor

Amo quem amo,
és o meu verdadeiro amor,
ao que sinto chamo
a minha perpétua dor
 
Dói tanto saber
dói só de pensar
que nunca te vou ter
nem tua boca beijar
 
Acabou-se a minha calma
sinto falta de te ver
alimenta a minha alma
nem que seja para sofrer
 
Quero-te e não te posso ter
amo-te, mas não devia amar
o coração escolheu sem ver
e agora é tarde para mudar

Eu Ainda Tento

Eu ainda tento descobrir o que tinha a sua respiração que mesmo se você dormisse, eu parava só pra ouvi-la suspirar. Eu ainda tento achar por aí uma voz tão reconfortante quanto a sua, que me acalmava mesmo se o céu estivesse caindo sobre minha cabeça. Ainda tento não te procurar de madrugada, ou me desmontar em palavras e versos. Meu amor, ainda tento não tentar desistir de você.

Abandono (revisado)

Ontem morreu a última das acácias.
Seguiu o destino dos outros abandonados.
Antes, foram alguns poemas,
algumas figuras, algumas cores.
Algum contentamento.

Na casa, nada mais ecoa.
Nenhum riso quebra o silêncio.
Tampouco algum choro,
pois estes secaram
como os rios que
os homens aterraram.

Os amores se foram.
Alguns lentamente.
Outros, com a urgência
de quem quer esquecer.
Deles, alguma lembrança ficou,
mas todos os rostos vão se fundindo
em apenas uma face distante.

Porque é que existo?

Sinto que nada sou
E que nada vou ser
Pois para onde vou
Nunca chego a aparecer

Se apareço, logo desapareço
Como algo que não existe
Até eu, de mim me esqueço
Sou alguém que só assiste

Porque é que vivo
Se o meu corpo morreu
Para nada sirvo
Nem sei, quem sou eu

Qual a razão de tudo isto
Se sou o inverso
Porque é que existo
Neste mundo perverso

O meu corpo jaz
Transforma-se em pó...
Já estou em paz,
Mas continuo tão só...

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