Às vezes fria

Às vezes fia

Poesia minha companhia
Às vezes quente, às vezes fria
Somente seu conforto
Me traz alegria

Se relembro desenterro
Se esqueço descrevo
Se me esqueço me encontro
No primeiro ato do escrevo

Poetizar no teu seio
É amamentar meus caprichos
De ser o que não fui
Naquilo que sempre anseio

De volta pra realidade
Só fico com sua saudade
De voltar a te rever
Poesia meu bem querer

Tilintar supremo

Tilintar supremo

No tilintar do sino tem algum aviso
Este gemido do ferro traz esperança
Ou simula uma desilusão findada
De alguém que já espectacularisou na vida

Pelas batidas insistentes é de desespero
Como o desembrulhar de um feito
Que fora desfeito por alguma causalidade
Ou pelo vexame de alguma maldade

Bate lá o sino, pequenino, sino do além
Se nasceu algum menino ou menina
Que venha nos acompanhar para o bem
Com saúde dos que aqui cantam sem rima

SOU EU

SOU EU  

                      

Venho de negro, … do negro que sou,

Porque de vermelho não vou chegar.

Lancem brancas fitas ao abalar,

Sem me dizerem para onde vou…

 

Para voltar lenta, …mas lentamente,

Perfilhei outra mescla multicor.

No partir, abneguei sangue e amor,

Mas de branco, voltarei livremente.

 

Que o leve tom verde se dilua

Nessa vítrea luz do teu olhar,

Como pureza de cristal em flor,

 

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