LÁGRIMA DE UM POETA ESCONJURADO

“LÁGRIMA DE UM POETA ESCONJURADO”

(Rufam tambores no desfile da hipocrisia
Rasgaram-lhe os livros! Selaram a utopia…)

Esconjuraram o poeta pela calada
As letras do verso caíram no chão.
Uma lágrima de dor e desilusão,
Rola ao frio na madrugada.

Foram esbirros pequenos sisudos
Predadores cruéis e anafados.
Bestas, demónios malvados,
Trolls, gordos, barrigudos.

(Detratores feudais de muitas vontades.
Donos do mundo, senhores das maldades…)

Apenas escrevendo

Na desmedida ânsia desta escrita

Me traduzo sem pudor,

Regurgitando a minha angústia

Abençoando os meus amores

E exorcizando os meus desamores,

Vertendo invisíveis lágrimas

Que perdi na dor de nunca me encontrar.

E eternamente me procuro,

Pintalgando o meu pensamento

De cor infinda de esperança,

Numa folha de papel de serenidade inundada

E que revejo numa bucólica e vibrante árvore,

Delicadamente me aplainando

E com ternura me transparecendo,

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