De volta

Dia 616. Estou de de volta ao fundo. Ao precipício onde caí depois de me empurrares. A sordidez da vida assoberba-me de uma forma que não consigo controlar. De fundo, acompanham-me ritmos e musicalidades que me acorrentam ao chão. Não sei como vim aqui parar e não sei como vou sair. Espero por alguém que me salve ou estou condenado ao fracasso? Cada avião que por mim passa que faz surgir uma certa vontade de agitar os braços e gritar, mas a falta de vontade e a auto descrença contrariam-no. Continuo preso, muitas vezes com a ilusão de que sou livre. 

INTENÇÕES ATENTAS

Sou espelho de imagens desiguais.

Estou atrelado a indagações que nem sempre procedem.

Aflijo-me diante da árdua tarefa de enumerar as estrelas de um céu transitório.

Muitas vezes, perco-me em suposições que desconheço.

Faço forte todo clamor por dias melhores.

E, antes de julgar, procrastino toda a questão, para precaver-me do engano.

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