primavera

Parece chegar toda triunfante,
Rompendo nuvens que pareciam espessas,
Impondo todas as suas cores,
Mescla de paleta estimulante:
Adágio de aromas, flores e coisas dessas,
Vendaval de novos e antigos amores
Escrita sem ponta de desafiante,
Rimas espelhando as pressas,
Alegada ausência de valores!

ganha um novo sentido

depois de chover molhado,

como se houvesse outra forma!

tudo ganha outro sentido:

 mais brilhante

o mundo da chuva não se faz rogado,

toma-lhe o brilho e o cheiro e se transforma,

como se esperasse pelo que foi chovido!

apesar de hesitante

mas não espera, logo já foi: passado,

talvez noutro dia a chuva volte a ser norma,

pois o sol por vezes faz-se esquecido!

esconde-se expectante.

Inverno

Insistente martelada em bátega

Nebulosa que cobre molhada,

Voltou quando ninguém esperava,

Escravizando o bom tempo que assim não chega,

Respeito é trovoada:

Não veio hoje, era só o que faltava!

Ocultado fica o sol,espera melhor alvorada!

significado?

Sem querer dizer nada

Ignorante sem sentido,

Gostava de uma trovoada,

Ninguém com ouvido,

Invento língua desbocada,

Firmando-a aqui como extrovertido,

Iludindo como gargalhada

 calha que ninguém fique ressentido

Anseio por palavra rimada

Dou tudo até ficar rendido,

Obrigando-me a uma caminhada

 

catrapum

pim,pam,pum!

corria como louco

sem ninguém para me apanhar

catrapum!

ergui-me só um pouco,

nim, nã, num

dia a começar,

vim, vã, vum!

por agora, tampouco

mim, mam, mum

como vento a cantar,

não sou maluco,

talvez reslouco:

catrapum!

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