O Rico

Agora que tenho frio e tremo
Quero aquecer-me com um cobertor
Sentir o quente do tecido
Que me conforta e dá calor

Ligar o fogo e fazer chá
Convidar o amigo e beber junto
Biscoitos, travessas, azevias...
Para o Natal, todo o conjunto

Mesa farta e azevinho,
Ao centro e sem malícia
Cerveja, sumo, vinho,
Todo o tipo de delícia

Quero ter perto a minha família
Dizer-lhes o quanto os amo
Abraçar, beijar, rir muito
E preparar o novo ano...
 

PREFÁCIO DO LIVRO "CONTOS DE OUTRORA HISTÓRIAS DE HOJE"

PREFÁCIO

Pode um desejo imenso
arder no peito tanto
que à branda e à viva alma o fogo intenso
lhe gaste as nódoas do terreno manto,
e purifique em tanta alteza o espírito
com olhos imortais
que faz com que leia mais do que vê escrito.
(Luís de Camões)

As Almas

Quantas almas em mim eu tive

Que poderiam dar-me as respostas

Almas maduras, velhas, novas

Todas elas me viraram costas

 

Foram vendidas à Santa Fé

Trocadas por um punhado de feijão

Malagueta, sangue, café

Tudo coisas sem religião

 

Viveram em mim uns anos

Depois cresceram e endoideceram

Partiram antes dos meus planos

Bateram asas, desapareceram...

 

Deixaram restos da sua ida

Como se algum dia fossem voltar

Deixaram a minha vontade despida

Um Lindo País

(Para o meu querido povo, que sempre me apoiou)

A quem sabe do que falo
É dedicada esta quadra
A partir de agora não me calo
Nem que me levem para a esquadra
 

 

Portugal, tão pequenino
Mas tão cheio de grandezas
Onde quem luta pela vida
Vive a vida com miudezas

Portugal, de vista curta,
Procura a sua salvação
Mas a doença não tem cura
E ainda nos rouba o pão

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